Novo filme do realizador Basil da Cunha seleccionado para encontro Les Arcs
O projecto cinematográfico O jacaré, do realizador luso-suíço Basil da Cunha, foi seleccionado para o mercado de co-produções, promovido pelo Festival de Cinema Les Arcs, em França, e que decorrerá apenas online.
O projecto cinematográfico O jacaré, do realizador luso-suíço Basil da Cunha, foi seleccionado para o mercado de co-produções, promovido pelo Festival de Cinema Les Arcs, em França, e que decorrerá apenas online.
Segundo o portal Cineuropa, entre os 18 projectos seleccionados para o encontro de profissionais — em busca de financiamento, distribuição e co-produções — está O jacaré, a próxima longa-metragem de Basil da Cunha, com produção da suíça Akka Films.
A 12.ª edição deste encontro profissional é um dos programas paralelos do festival Les Arcs e decorrerá entre quarta e sexta-feira, apenas de forma virtual, por causa da covid-19. Os projectos seleccionados são candidatos ao prémio internacional ArteKino, no valor de seis mil euros.
O jacaré é apresentado com a longa-metragem “que mistura drama e thriller” e que fecha uma trilogia de histórias rodadas num bairro social e degradado na Reboleira, Amadora, juntando-se a O fim do mundo (2020) e a Até ver a luz (2013).
Em Setembro passado, quando estreou O fim do mundo nos cinemas portugueses, Basil da Cunha contou à agência Lusa que já tinha conseguido financiamento parcial para um novo filme, a ser rodada novamente na Reboleira, e na qual queria reencontrar personagens dos filmes anteriores.
Na entrevista, Basil da Cunha explicava que queria fazer mais filmes num dos bairros degradados da Amadora, porque “o cinema serve para inscrever comunidades que infelizmente estão na sombra na história de um país”.
Basil da Cunha, filho de pai português e mãe suíça, 35 anos, vive desde 2008 na Amadora, mas mantém uma ligação regular com a Suíça, onde dá aulas de cinema e faz a produção dos filmes. O Fim do Mundo partiu da ideia de filmar a luta de uma geração mais nova que a dele, que vive as circunstâncias do bairro — “o gueto”, como ele chama —, marginalizado e incómodo.
Basil da Cunha contou à Lusa que “o bairro inteiro apoia” os projectos dele, uma ficção embebida naquela realidade, onde vive uma comunidade cabo-verdiana e que também é portuguesa e que, no entender do realizador, é invisível para a sociedade portuguesa.
“Se olharmos para a maioria dos elencos, seja no cinema, na televisão, no teatro, no jornalismo, no Parlamento, acho que há uma falta de representatividade no que responde ao que é Portugal e essa comunidade também”, enfatizou. Sobre o novo projecto, Basil da Cunha disse que iria ser “um género de cinema, filme coral, de grupo”.