Covid-19: DGS defende que professores não são um grupo de risco

Graça Freitas defende que professores não integram grupo de risco na vacinação.

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Graça Freitas diz que professores não são grupo de risco LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Os professores não são considerados um grupo de risco que deva ser integrado entre as prioridades de vacinação contra a covid-19 somente pelo critério de actividade profissional, defendeu esta sexta-feira a directora-geral da Saúde, Graça Freitas.

“Independentemente de serem trabalhadores em escolas, são pessoas com determinado grupo etário e determinados factores de risco. Portanto, serão vacinados de acordo com esse risco, uma vez que pela profissão não têm um risco acrescido”, afirmou Graça Freitas numa audição por videoconferência na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia e do processo de recuperação económica e social.

Questionada pela deputada do PAN Bebiana Cunha sobre a eventual priorização da vacina ao pessoal docente e não docente, face à manutenção da actividade lectiva presencial no novo confinamento decretado pelo Governo devido ao agravamento da pandemia em Portugal nas últimas semanas, a líder da Direcção-Geral da Saúde (DGS) reconheceu a importância destes profissionais “para o funcionamento do país”, mas rejeitou considerá-los um grupo de risco.

“O seu risco na comunidade poderá ser maior do que o risco no exercício da profissão, uma vez que lidam com um grupo etário que não transmite muito a doença. Só pela profissão não são um grupo de risco”, observou, acrescentando que a operacionalização da testagem em escolas “é da responsabilidade das cinco ARS [Administrações Regionais de Saúde], em conjunto com os ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde]”.

Graça Freitas rebateu ainda críticas a uma suposta indefinição em torno da política de critérios de selecção das escolas para testagem à covid-19, assegurando que “a DGS deposita total confiança nas capacidades das ARS e ACES de se organizarem e de tratarem da aplicação destas estratégias”, enaltecendo a “responsabilidade” e “sofisticação” destas entidades para levar a cabo esse processo.

Já sobre a capacidade de testagem nacional, a directora-geral da Saúde assegurou não ter conhecimento “de constrangimentos no fornecimento e acesso aos testes”, embora tenha reconhecido “incidências bastantes elevadas” da pandemia nos últimos dias.

A directora foi secundada pelo director de serviços de Informação e Análise da DGS, André Peralta, que revelou que a taxa de positividade dos testes situa-se agora em 18%, sem deixar de notar que o “número absoluto de testes tem vindo sempre a crescer” e que a capacidade tem sido elástica e irá continuar a aumentar”, pelo que a “positividade irá diminuir” no futuro.

Portugal contabilizou hoje 159 mortes, um novo máximo de óbitos relacionados com a covid-19 em 24 horas, e 10.663 novos casos de infecção com o novo coronavírus, segundo a DGS.

O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que estão internadas 4.560 pessoas, mais 192 do que na quinta-feira, das quais 622 em cuidados intensivos, ou seja, mais 11, em ambos os casos, também novos máximos.

Desde o início da pandemia, em Março de 2020, Portugal já registou 8.643 mortes associadas à covid-19 e 528.469 infecções pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje activos 125.861 casos, mais 4.046 do que na quinta-feira.