Prémios especiais Mesa Marcada distinguem Vítor Sobral, Adolfo Henriques e Esporão
Antes do top 10 dos chefs e restaurantes, que será conhecido no dia 18, o site de gastronomia homenageia a carreira do chef Sobral, o produtor do ano, Adolfo Henriques responsável por queijo e pão de culto, e o projecto de sustentabilidade do restaurante do Esporão.
Os Prémios Mesa Marcada para os melhores chefs e os melhores restaurantes de Portugal serão anunciados numa cerimónia, que este ano será digital, no próximo dia 18. Mas o site de gastronomia de Miguel Pires e de Duarte Calvão já começou a divulgar alguns prémios paralelos à lista principal: o Prémio Especial Cutipol Carreira 2020, atribuído ao chef Vítor Sobral; o Prémio Maria José Macedo para o Produtor/Fornecedor do Ano 2020, que distingue Adolfo Henriques, produtor de queijo da Granja dos Moinhos, na Maçussa; e um novo prémio, o Especial Sustentabilidade Studioneves 2020, que foi para o restaurante Herdade do Esporão.
Começamos por este último, que é a novidade desta edição. Segundo os organizadores, houve 31 restaurantes que apresentaram respostas válidas aos questionários sobre questões de sustentabilidade (a certificação é feita pela consultora internacional Grab a Doughnut, especializada na área), o que, sublinham no texto em que anunciam o prémio, “mostra que, mesmo em tempos difíceis como os actuais, muitos dos nossos restaurantes mantêm preocupações ambientais e de sustentabilidade”.
No caso do Restaurante Herdade do Esporão, situado em Reguengos de Monsaraz, essa aposta na sustentabilidade traduz-se no trabalho do chef Carlos de Albuquerque Teixeira com legumes, frutas e produtos animais da propriedade, numa preocupação com a proximidade e a sazonalidade, e também com medidas como a eliminação do uso de película aderente e de plástico e a compostagem de resíduos.
O Mesa Marcada decidiu ainda atribuir quatro menções honrosas nesta área: ao Sem Porta, o restaurante do Hotel Sublime, na Comporta; ao Craveiral Farmtable by Alexandre Silva, em São Teotónio (Alentejo), ao restaurante Honest Greens Rio, do grupo Plateform, em Lisboa, e ao Kitchen Dates, no bairro lisboeta de Telheiras, um projecto de desperdício zero na cozinha.
O prémio para o Produtor do ano distingue alguém que os chefs portugueses conhecem há muitos anos. Adolfo Henriques faz queijo – o célebre chèvre da Maçussa – muito antes de muitos dos actuais cozinheiros terem começado as suas carreiras. Hoje é comum ver-se o “queijo do Adolfo” em lugar de destaque em muitos restaurantes, onde, como lembra o texto do Mesa Marcada, “motivou variadíssimas receitas”.
Além do queijo (há também uma versão do Camembert), Adolfo, que junta a vontade de preservar saberes antigos à de experimentar coisas novas, faz igualmente pão em forno de lenha utilizando o quase desaparecido trigo barbela, vinagre, ervas aromáticas e compotas. A escolha do seu nome foi feita por um painel com 24 chefs que integraram o top 10 ou venceram um dos prémios especiais do Mesa Marcada nos últimos cinco anos.
Outro “veterano” da cozinha portuguesa, com uma carreira de três décadas, Vítor Sobral, foi o chef distinguido com Prémio Carreira – uma escolha do mesmo painel. Sobral é alguém que “abriu caminhos, mudou mentalidades, formou cozinheiros, inaugurou e encerrou restaurantes, publicou livros, foi pioneiro na expansão da cozinha portuguesa no Brasil, e, acima de tudo, nunca perdeu o gosto por cozinhar, por estar no fogão”. E que, num ano particularmente difícil como foi 2020, mostrou “a resistência de sempre e uma exemplar vontade de seguir em frente”, o que justificou a escolha dos seus pares.
Foram, entretanto, anunciados os finalistas de outro prémio novo, o Prémio Especial Take-Away: Boi-Cavalo (Lisboa), Epur (Lisboa), Essencial (Lisboa), Mito (Porto) e Pigmeu (Lisboa). E ainda do Prémio César Castro Mesa Diária, para um restaurante com preço moderado e boa relação qualidade-preço. São eles: Noélia (Cabanas de Tavira), O Frade (Lisboa), O Velho Eurico (Lisboa), Pigmeu (Lisboa) e Tati (Lisboa). Os vencedores serão conhecidos no dia 18.