Aeroportos portugueses perderam 41 milhões de passageiros em 2020
Faro foi a cidade que sofreu uma redução mais acentuada, com menos 75,5% de passageiros face a 2019, seguindo-se Lisboa, com menos 70,3%, e Porto, com menos 66,2%.
Depois de vários anos a crescer, e de ter batido um novo recorde em 2019 ao aproximar-se dos 60 milhões de passageiros, os aeroportos portugueses viram os números cair a pique no ano passado, com menos 69,6% de passageiros. Ao todo, circularam pelos aeroportos portugueses, controlados pela ANA - Aeroportos de Portugal (detida pelo grupo francês Vinci), 17,96 milhões de passageiros, contra os 59,12 milhões de 2019.
Assim, a redução do número de viajantes, provocada pela pandemia de covid-19 (com impactos a partir de meados de Março), provocou uma redução da ordem dos 41 milhões de passageiros. Isto quando se previa um novo ano de crescimentos, e se discutia a falta de uma nova infra-estrutura aeroportuária para complementar a já existente no centro de Lisboa, com construção prevista para o Montijo.
De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pela Vinci – que opera este negócio em doze países, e que registou uma queda média de passageiros de 70% -, após uma recuperação no período de Verão, o tráfego foi penalizado “pelas novas restrições impostas, em particular, em França, no Reino Unido e na Alemanha”.
Olhando para os dados do grupo francês, verifica-se que o aeroporto de Faro foi o que sofreu a maior queda em termos relativos, com menos 75,5% de passageiros (para 2,2 milhões), seguindo-se o de Lisboa, com menos 70,3% (passaram pelo maior aeroporto nacional apenas 9,26 milhões de passageiros) e o do Porto, com menos 66,2% (para 4,43 milhões).
Já nos Açores, houve a menor queda, mas ainda assim de 63,6% (para 896 mil passageiros) e na Madeira o recuo foi de 65,2% (para 1,17 milhões).
A Vinci não dá dados por companhias aéreas, mas, de acordo com os últimos números da ANAC (entidade reguladora do sector), a TAP, a maior empresa a operar no mercado nacional, transportou menos 68,9% de passageiros nos primeiros onze meses do ano face a idêntico período de 2019 (desceu de 16,7 milhões para 5,19 milhões, caindo a pique depois de dois meses de forte crescimento).