Leilão de desenho de Tintin atinge valor recorde de 2,6 milhões de euros

Desenho original do belga Hergé, feito em 1936 para a capa da obra O Lótus Azul, supera um recorde mundial de um leilão de uma obra de banda desenhada, que pertencia ao próprio Hergé.

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O desenho original de O Lótus Azul na Artcurial Reuters/NOEMIE OLIVE

Um desenho original do autor belga Hergé, feito em 1936 para a capa da banda desenhada O Lótus Azul, o quinto álbum de banda desenhada da série protagonizada por Tintin, foi vendido esta quinta-feira pelo valor recorde de 2,6 milhões de euros, num leilão em Paris. Segundo a casa de leilões francesa Artcurial, o valor da venda bate um recorde mundial de um leilão de uma obra de banda desenhada. O recorde anterior tinha sido atingido em 2014, quando outra obra de Hergé foi leiloada por 2,5 milhões de euros.

A obra de arte vendida esta quinta-feira fora descartada pela editora, Casterman, por considerar que a técnica utilizada por Hergé iria aumentar os custos de produção do livro. A capa revela Tintin e o cão Milú dentro de um jarrão de porcelana chinesa, escondendo-se de um dragão vermelho, sob um fundo preto, tendo Hergé oferecido o desenho ao filho do empresário Jean-Paul Casterman, que o manteve guardado até à morte, em 2009. O Lótus Azul narra uma aventura em Xangai, na China, onde Tintin tenta resolver um mistério que envolve espionagem e tráfico de ópio.

Tintin é considerado um dos mais populares personagens de banda desenhada e apareceu pela primeira vez a 10 de Janeiro de 1929 no suplemento juvenil Le Petit Vingtième. Hergé, nome artístico de Georges Rémi, desenhou centenas de páginas de aventuras publicadas em mais de 20 álbuns, como A Estrela Misteriosa, Tintin no Tibete, Tintin no Congo e As Sete Bolas de Cristal, que se encontram traduzidos em 77 línguas e venderam mais de 200 milhões de exemplares em todo o mundo. Hergé morreu em 1983 aos 75 anos, deixando incompleto Tintin e Alpha-Art. Todos os álbuns com este protagonista estão editados em Portugal, sendo o protagonista designado Tintin (e não Tintim), à luz de uma revisão da tradução feita em 2010.