Covid-19: Seychelles quer ser o primeiro país do mundo a conseguir imunidade de grupo
O único país que já começou a campanha de vacinação em África quer chegar antes de todos aos 70% da população com mais de 18 anos vacinada.
As Seychelles começaram no domingo a sua campanha de vacinação contra o SARS-CoV-2, tornando-se assim no primeiro país do continente africano a iniciar o processo. E as autoridades do arquipélago de 115 ilhas na Costa Leste de África são ambiciosas: querem ser o primeiro país do mundo a vacinar 70% da população com mais de 18 anos e a alcançar a imunidade de grupo.
O país de cerca de 100 mil habitantes beneficiou de uma doação de 50 mil doses da vacina chinesa da Sinopharm, do príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, bem como de uma outra do Governo indiano, de 100 mil doses da vacina da AstraZeneca, que está prevista chegar ao país no final de Janeiro.
“Com uma campanha de vacinação tão forte, as Seychelles ambicionam ser o primeiro país do mundo a vacinar pelo menos 70% da população com mais de 18 anos, a partir do qual se poderá declarar as Seychelles como um país livre de covid-19”, disse em comunicado o Presidente Wavel Ramkalawan, o primeiro chefe de Estado africano a ser vacinado.
O país, que depende, em grande medida, das receitas do turismo (cerca de 25% do Produto Interno Bruto), foi severamente atingido pelo cancelamento das viagens internacionais e dos programas de férias. Na semana passada, a governadora do Banco Central, Caroline Abel, enviou uma mensagem a pedir a todos os habitantes do país um “sacrifício” porque serão precisas reformas duas vezes mais duras que as levadas a cabo depois da crise financeira de 2008.
“Decisões difíceis vão ser tomadas em 2021 e o sacrifício pedido tem de ser feito por todos para assegurar que o país supera estes tempos difíceis”, afirmou a governadora.
“A campanha de imunização da covid-19 é um marco importante para o reatar da nossa indústria do turismo, ao mesmo tempo que o país procura equilibrar os esforços de a manter e de proteger a sua população de uma maior propagação do vírus”, afirmou o ministro do Turismo e dos Negócios Estrangeiros, Sylvestre Radegonde.