Vacinadas 7521 pessoas em lares sem registo de reacções adversas. O “entusiasmo dos idosos é enorme”
Segunda toma da vacina da Pfizer nos lares vai arrancar no dia 18 de Janeiro e prevê-se que o processo esteja concluído até ao final de Fevereiro. Em Viseu foi nesta terça-feira registado um surto activo num lar onde já foi administrada a primeira dose.
Foram vacinadas até agora 7521 pessoas contra a covid-19 nos lares de idosos e instituições da Rede Nacional de Cuidados Integrados (RNCC), segundo adiantou esta manhã o coordenador da task force para o Plano de Vacinação em Portugal, Francisco Ramos, que disse contar ter a operação de vacinação naquelas estruturas residenciais concluída até ao final do próximo mês de Fevereiro. Entre as pessoas já vacinadas (utentes e profissionais), não se registaram até agora quaisquer reacções adversas.
“O entusiasmo é enorme. A ausência de reacções tem ajudado a que a receptividade dos idosos seja muito grande. E foi aqui importante ter-se começado pelos profissionais de saúde, porque isso impediu que os idosos se sentissem como cobaias”, declarou ao PÚBLICO Manuel Lemos, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que, juntamente com a Confederação Nacional de Instituições Particulares de Solidariedade Social (CNIS), detém mais de 1600 dos cerca de 2500 lares existentes no país, com um total de cerca de 99 mil utentes.
Administradas as primeiras 7521 doses da vacina da Pfizer, Francisco Ramos garantiu nesta terça-feira que os lares de idosos e as instituições da RNCC vão continuar “na lista de prioridades ao longo das próximas semanas”, sendo que a segunda toma daquela vacina vai arrancar já a partir do dia 18 de Janeiro. “Até ao final de Fevereiro deveremos terminar a vacinação de todos os residentes e profissionais dos lares e da RNCC”, calendarizou Francisco Ramos, ressalvando, porém, que as instituições onde haja surtos activos poderão ter de aguardar para além daquela data.
246 surtos activos
A Direcção-Geral da Saúde (DGS), que já contabilizou 2245 mortes por covid-19 entre os idosos institucionalizados em estruturas residenciais desde que a pandemia começou, dá conta esta segunda-feira de 246 surtos activos em instituições de acolhimento residencial de idosos, dos quais 130 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 48 na região Norte e 41 no Centro. Dá um total de 7379 casos de infecção por covid-19 nos lares. “É um número muito elevado e também dinâmico: todos os dias surgem novos surtos e todos os dias acabam surtos activos”, adiantou Manuel Lemos, que fica agora com uma dúvida sobre a actuação das autoridades nos casos em que surja um novo surto já depois de administrada a primeira dose da vacina.
“Acabei de ser informado de um caso destes, em Viseu, mas ainda não percebemos que repercussões é que isto terá em termos de administração da segunda dose”, declarou o presidente da UMP, dizendo-se, ainda assim, confiante de que, “decorridos os 10 dias que os infecciologistas dizem ser necessários para a que a imunidade se instale, se poderá, devagarinho e muito cautelosamente, começar a abrir os lares” a alguma espécie de normalidade.