Mais de 112 mil eleitores já pediram voto antecipado, entre eles Marcelo Rebelo de Sousa
Marcelo Rebelo de Sousa também se inscreveu para votar no domingo, dia 17, em Lisboa.
Mais de 112 mil pessoas pediram o voto antecipado em mobilidade para as presidenciais de 24 de Janeiro em apenas dois dias, disse hoje à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna. Entre eles está o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que fez a inscrição para o voto antecipado em Lisboa, no domingo, embora reservando a possibilidade de votar em Celorico de Basto no dia das eleições.
Se nas primeiras 24 horas do prazo, até às 23h59 de domingo, as inscrições para votar uma semana antes atingiram 52.994, esse número subiu aos 112.506 até às 23h59 de segunda-feira. Em tempos de pandemia de covid-19 e numa altura em que se espera novo confinamento geral, batem-se diariamente recordes na inscrição para o voto antecipado.
Os portugueses que não puderem votar nas presidenciais em 24 de Janeiro podem pedir, até quinta-feira, para exercer o seu direito de voto uma semana antes, numa mesa de voto à sua escolha. Nas últimas legislativas, em 2019, 50.638 eleitores votaram antecipadamente, tendo-se inscrito 56.287.
Recenseado em Celorico, pede para votar em Lisboa
Foi em entrevista ao podcast “Perguntar Não Ofende", de Daniel Oliveira e João Martins, divulgada nesta terça-feira, que Marcelo Rebelo de Sousa revelou a sua inscrição para o voto antecipado.
Nesta entrevista, o chefe de Estado e candidato presidencial diz não temer que um provável confinamento geral tenha fortes efeitos na participação eleitoral nas eleições de 24 de Janeiro, realçando que “o voto antecipado que está a ter uma adesão massiva, muito grande”.
“E eu devo dizer que eu próprio me inscrevi para utilizar o voto antecipado. Utilizarei ou não, mas é uma arma que tenho para ver até ao dia 17”, revela. “Eu, se votar, votarei em Lisboa, na Reitoria da Universidade, mas devo dizer que guardo sempre a hipótese de votar em Celorico de Basto”, acrescenta.
Celorico de Basto, terra natal da sua avó Joaquina, no interior do distrito de Braga, é o lugar onde Marcelo Rebelo de Sousa tenciona terminar a sua campanha eleitoral, como fez há cinco anos, e onde costuma votar.
Interrogado se o voto antecipado em mobilidade pode passar a ser mais facilmente utilizado em futuras eleições, concorda: “Pode e deve ser. Quer dizer, tem de se ir muito mais longe, e não só cá, também em termos de emigrantes”.
O Presidente da República e candidato presidencial apoiado por PSD e CDS-PP, antevê, ainda assim, que “vai aumentar a abstenção” nestas eleições presidenciais.
Questionado se entende que será o mais penalizado pela abstenção, Marcelo Rebelo de Sousa responde: “Sem dúvida, mas sobretudo o que penaliza é a democracia. Quer dizer, uma abstenção da ordem dos 75%, 80%, é muito, muito, muito penalizadora para a democracia - também é para o Presidente vencedor, mas é sobretudo para a democracia”.
Contudo, manifesta-se esperançoso de que esse cenário não se venha a verificar: “Eu tenho a sensação de que, sendo um dia de desconfinamento, as pessoas vão descomprimir, vão libertar-se, e vão associar o voto a esse desconfinamento”.