Neve matou uma pessoa em Madrid, onde as escolas vão estar fechadas até quarta-feira
Espanha enfrenta “o temporal mais intenso dos últimos 50 anos”. A tempestade Filomena já matou quatro pessoas. Além de um homem soterrado pela neve em Madrid, um casal em Málaga morreu quando o carro foi levado pela enxurrada e um sem-abrigo sucumbiu de frio em Saragoça. A temperatura vai descer ainda mais na segunda-feira.
O Governo da Comunidade de Madrid mandou encerrar escolas, institutos e universidades na segunda e terça-feira devido ao “temporal mais intenso dos últimos 50 anos” a atingir Espanha, que já matou uma pessoa na capital espanhola, por causa da neve, e duas em Málaga, arrastados pelas inundações.
O ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, pediu este sábado à população, num anúncio em que participou também o ministro dos Transportes, José Luis Ábalos, que evite deslocamentos por causa do agravamento das condições climatéricas devido ao temporal Filomena. “Enfrentamos o temporal mais intenso dos últimos 50 anos”, disse o ministro. “São momentos para ficarmos fundamentalmente em casa”, acrescentou.
Desde 1971 que não caía um nevão tão grande em Madrid. Até às 06h da manhã (hora portuguesa), de acordo com a Agência Estatal de Meteorologia, citada pelo El Mundo, tinham caído 33 litros por metro quadrado em forma de neve em 24 horas. A neve acabou por levar as autoridades a encerrar o aeroporto de Barajas e a suspender o tráfego ferroviário na comunidade de Madrid. As estradas da comunidade de Madrid foram encerradas para automóveis e o serviço de autocarros dos arredores de Madrid (Cercanías) foi suspenso.
O presidente da Câmara de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, pediu reforços ao Exército. “A situação é muito grave, a cidade está bloqueada”, disse, citado pelo El País.
Perante a neve que cobre Madrid e que já matou uma pessoa, Isabel Díaz Ayuso, a presidente do governo de Madrid, decidiu este sábado mandar encerrar os estabelecimentos de ensino da capital até quarta-feira e todos os funcionários continuarão em teletrabalho, com excepção daqueles cuja presença seja considerada essencial. A presidente da comunidade de Madrid falava depois de uma reunião por videoconferência da reunião do Plano Territorial de Protecção Civil.
Segundo o ministro do Interior, as equipas de emergências resgataram 1500 pessoas dos seus automóveis presos na comunidade de Madrid. “Ainda há muito trabalho pela frente, ainda há cidadãos nos seus automóveis, apanhados pela neve, há muitas horas, mas a situação pouco a pouco vai melhorando”. Na altura da conferência de imprensa de Grande-Marlaska (11h em Portugal continental), restavam 30% de automobilistas encurralados pelo nevão dentro dos seus veículos.
A presidente da Comunidade de Madrid afirmou à Telecinco, durante a tarde, que ainda havia 200 pessoas presas dentro dos seus carros bloqueados pela neve em toda a região.
Aragão, Castela-Mancha, Catalunha, Valência e Madrid estão em alerta vermelho por causa da neve e Cantábria, enquanto Castela-Leão, Extremadura, Navarra, País Basco e La Rioja estão em risco amarelo. Além disso, há alertas por causa de chuva, vento forte, forte ondulação e baixa temperatura em toda a Espanha.
A situação meteorológica vai piorar ainda antes de melhorar. Para segunda-feira está previsto que a tempestade “Filomena”, que se desloca em direcção ao Mediterrâneo, faça baixar ainda mais as temperaturas que devem atingir mínimas de dez graus nas terras altas e nas planícies nevadas. E as temperaturas máximas não deverão superar zero graus, segundo a Aemet.
As temperaturas mais baixas ameaçam, sobretudo, a população de sem-abrigo, como se vê pelo exemplo de Saragoça, onde um deles não aguentou o frio e acabou por morrer.
Chuva mata
Em Málaga, a tempestade também deixou as suas marcas, matando duas pessoas, um casal cujo automóvel foi arrastado pela enxurrada provocada pelas chuvas torrenciais. Outras duas pessoas que seguiam no mesmo automóvel foram salvas.
Os bombeiros conseguiram resgatar outras cinco pessoas, duas delas menores, que tinham ficado encurraladas por causa da subida das águas dentro de um veículo. Os dois incidentes ocorreram, segundo o La Vanguardia, na zona do Parque del Esparragal, entre as localidades de Mijas e Fuengirola.
A região de Malága tinha sido até esta manhã a origem de mais de metade das chamadas de emergência recebidas pelo 112 na província da Andaluzia. E Mijas e Alhaurín de la Torre as localidades mais atingidas pela chuva forte que inundou meia centena de habitações no Camino Molino de Viento, de Las Lagunas de Mijas, devido à subida das águas do rio Fuengirola.