O silêncio civilizacional é absoluto no alto do castelo de Noudar. Vê-se o casario branco de Barrancos, lá ao fundo, mas só a natureza dá provas de vida, entre o canto das aves e o som dos chocalhos ao ritmo dos gestos das vacas de raça mertolenga que vemos preguiçar nos montes. Foi pelas aves que viemos ao Parque Natureza de Noudar, colado à fronteira que se anuncia para lá da curva voluptuosa do rio Ardila. Tínhamos esperança de vislumbrar o tom metálico do melro-azul que “normalmente vem espreitar” e logo desaparece, contam-nos, mas desta vez não temos sorte. Em compensação, avistamos alvéolas-brancas, chapins-reais e chapins-azuis, um rabirruivo, muitas andorinhas-das-rochas a sobrevoar as muralhas e cotovias de diferentes espécies.
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