Taxas Euribor iniciam ano a renovar mínimos históricos
Queda das taxas reduz juros a pagar nos empréstimos à habitação, mas também anula a rentabilidade dos depósitos.
O arranque de 2021 fica marcado por novo agravamento dos valores negativos a que se encontram as taxas, agravando um percurso iniciado há quase seis anos, no caso do prazo a três meses (Abril de 2015), e um pouco mais tarde no prazo de seis meses, o mais utilizado no conjunto da carteira de crédito para compra de habitação.
A Euribor a três meses caiu esta quarta-feira 0,004 pontos, para -0,556%, que corresponde ao valor negativo mais pronunciado de sempre, ou novo mínimo de sempre.
O prazo a seis meses caiu 0,006 pontos, para -0,530%, depois de ter fixado novo mínimo esta segunda-feira, em -0,532%.
A taxa a 12 meses, que entrou em valores negativos em Janeiro de 2016, também agravou a queda, em 0,006 pontos, para -0,509%, atingindo o valor mais baixo de sempre.
A queda das Euribor é vantajosa para quem tem empréstimos associados a estas taxas, reduzindo o montante de juros a pagar, que nos casos dos spreads mais baixos, até cerca de 0,5%, já anula os juros a liquidar ou origina mesmo uma compensação por parte da entidade financeira. Mas é negativa para quem tem poupanças, nomeadamente os tradicionais depósitos a prazo, com remunerações a zero ou muito perto disso.
O actual contexto económico, marcado pela pandemia da doença de covid-19, que tem obrigado o Banco Central Europeu a reforçar as medidas de apoio à economia da zona euro, nomeadamente a disponibilização de empréstimos ao sector financeiro a taxas de juro negativas, entre outras medidas, explica os valores negativos das taxas Euribor, adiando a inversão de tendência no curto e médio prazo.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário. Com Lusa