Depois da tempestade não veio a bonança. Benfica empata com o Santa Clara

Com este resultado, a equipa de Jorge Jesus entrega ao FC Porto o segundo lugar, ainda que ambas as equipas fiquem com 28 pontos, a quatro do líder Sporting.

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Salomão e Gilberto em acção nos Açores LUSA/EDUARDO COSTA

Nos Açores, depois de sete minutos de tempestade – de tal pujança que justificou o adiamento do jogo por 24 horas –, o Benfica não teve direito à bonança. Nesta segunda-feira, na conclusão do jogo entretanto suspenso, os “encarnados” empataram frente ao Santa Clara, a um golo, em jogo da ronda 12 da I Liga.

Com este resultado, a equipa de Jorge Jesus entrega ao FC Porto o segundo lugar, ainda que ambos com 28 pontos, e fica a quatro do líder do campeonato, o Sporting. Já o Santa Clara sobe ao sétimo lugar, a cinco pontos das posições europeias.

O dito popular que fala da bonança depois da tempestade não teve aplicação nesta segunda-feira para o Benfica: os “encarnados” tiveram um jogo tudo menos tranquilo, tiveram poucas oportunidades de golo e, numa análise cuidada, até terá sido o Santa Clara quem esteve mais perto do golo e da vitória.

Benfica descobriu o “ouro”

Na retoma da partida, a partir do minuto 7, a primeira parte teve, curiosamente, menos motivos de interesse em 38 minutos do que tinha tido nos primeiros sete.

Foram largos minutos de posse de bola estéril e em zona defensiva por parte do Benfica, frente a um Santa Clara que, como habitualmente, reduz muito a largura da sua equipa, defendendo fortemente o espaço interior – não é por acaso que é a equipa da I Liga que mais cruzamentos por jogo permite aos adversários.

E a presença de Villanueva como lateral e terceiro central cunhou ainda mais esta tendência, até porque Diogo Salmoão fechava mais na zona interior do que como lateral.

O Benfica, já conhecido pela avidez com que procura as zonas interiores, quase abdicando dos corredores, demorou a interpretar onde havia o espaço para explorar. Mas acabou por lá chegar, porque o “ouro” estava identificável – só faltava deitar-lhe mão.

Aos 33’, os “encarnados” perceberam que tinham de criar superioridade numérica no corredor, não só aproveitando o espaço livre como obrigando a defesa açoriana a abrir-se em largura. E assim foi.

Darwin, Rafa e Waldschmidt juntaram-se no lado direito e combinaram em tabelas que culminaram com o cruzamento do alemão para a finalização do uruguaio, na pequena área entretanto menos povoada pelo Santa Clara.

Aos 40’, o Benfica voltou a tentar receita semelhante – se funcionou uma vez, poderia funcionar a segunda. Gilberto subiu e recebeu no corredor, o Santa Clara foi obrigado a abrir espaço no meio e Rafa teve espaço para finalizar na área – sem sucesso.

Os açorianos, exceptuando um raide individual de Patric, resolvido por Vertonghen, nada atacaram. O avançado, Crysan, foi uma “ilha” nos Açores e pouco mais pôde fazer do que desgastar-se inutilmente na pressão ao trio de “construtores” do Benfica (Ferro, Vertgonhen e Weigl). E Vlachodimos assistiu tranquilamente à primeira parte.

Muito mais Santa Clara

Na segunda parte houve claramente mais Santa Clara. A equipa surgiu mais solta, ofensiva, com posse de bola mais fluida e com muita variação – ora atacava pela esquerda, ora pela direita.

Passivo e algo adormecido, o Benfica limitou-se a “ver jogar” – algo que não é inédito depois de chegar a uma vantagem – e confiar em Vertonghen: o belga, que já tinha feito um grande corte na primeira parte, fez mais dois na segunda.

Depois de dois avisos, o Santa Clara chegou mesmo ao golo. Aos 60’, após um canto, um segundo cruzamento de Lincoln deu remate acrobático de Crysan e Fábio Cardoso, sem marcação, desviou de cabeça para a baliza.

Sem tirar o pé do acelerador, Lincoln, mais em jogo na segunda parte, isolou Crysan. Vlachodimos saiu-lhe aos pés e anulou as intenções do perdulário avançado. E os açorianos foram, de longe, os mais rematadores na segunda parte, ainda que com pouco acerto e sem lances claros de golo.

No Benfica, à excepção de iniciativas individuais, pouco acontecia (não rematou nos últimos 28 minutos do jogo). Diogo Gonçalves (boa entrada na partida, com muita dinâmica no corredor) criou perigo a espaços, tal como Rafa, mas o jogo foi quase sempre lento e previsível, tal como tinha sido em grande parte dos primeiros 45 minutos. Dessa forma, dificilmente se revertem resultados. 

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