Em ano de pandemia houve até Novembro menos nove mil sinistros com vítimas em Portugal

Dados dos primeiros 11 meses de 2019 revelam efeitos das restrições à mobilidade. No momento do acidente morreram 360 pessoas.

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Em Março e Abril houve uma quebra recorde no número de acidentes Paulo Pimenta

Houve menos nove mil sinistros com vítimas nas ruas e estradas portuguesas entre Janeiro e o final de Novembro deste ano, revelou esta quarta-feira de manhã a Autoridade Nacional Rodoviária. Ainda assim, o relatório, com dados provisórios, relativos às consequências verificadas nas 24 horas após os eventos, mostra que morreram 360 pessoas no local ou a caminho do hospital, um número que, infelizmente, é sempre maior quando se incluem, mais tarde, as vítimas a 30 dias. 

Num ano “normal”, como o de 2019, tinham morrido 437 pessoas (mais 77 vítimas) nos onze meses em causa, em 32.706 sinistros. As 360 vítimas mortais contabilizadas de Janeiro a Dezembro deste ano estiveram envolvidas em 23.630 incidentes, das quais resultaram ainda 1649 feridos graves (-22,5% que em 2019) e 27.428 feridos ligeiros (-30,8%). 

Nos meses de Março e Abril, quando vigorou o confinamento obrigatório em Portugal devido à covid-19 (a partir de 19 Março) o número de acidentes nas estradas caiu a pique. O relatório indica que em todos os meses do ano houve mais de dois mil acidentes rodoviários, à excepção destes dois: em Março registaram-se 1670 acidentes e em Abril 876.

No entanto, o padrão da sinistralidade rodoviária não se alterou. A colisão foi o tipo de sinistro mais frequente (51,3% dos acidentes com vítimas, 43,1% dos feridos graves e 55,9% dos feridos leves), apesar do maior número de vítimas mortais ter resultado de despistes (+46,1%). Segundo a ANSR, “face ao período homólogo, nesta tipologia de acidente, o despiste, contaram-se menos 35 vítimas mortais até Novembro (-17,4%) e e menos 108 feridos graves (-13,5%)” que em 2019. 

Nas colisões contabilizaram-se menos 38 vítimas mortais (-21,7%) e menos 207 feridos graves (-22,5%). Já nos atropelamentos o destaque é a redução de 40% no número de feridos graves (menos 164). Em relação ao número de vítimas mortais, estas foram menos quatro (-6,6%) que no período homólogo, o que decorre de um outro factor que não mudou: “a maioria dos acidentes com vítimas, bem como das vítimas, ocorreram em arruamentos: 62,7% dos acidentes, 33,6% das vítimas mortais, 42,8% dos feridos graves e 60,8% dos feridos leves”.

Em todo o caso, e face às restrições à mobilidade e à existência de uma parte da população em teletrabalho, foi nos espaços estritamente urbanos, que a ANSR define como arruamentos, que se registou o maior decréscimo do número de vítimas mortais (-21) e feridos graves (-291), em valor absoluto, face ao período homólogo. Com Lusa

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