Maioria dos portugueses satisfeita com o Governo pela forma como gere a pandemia

Quase metade dos portugueses está satisfeita com as decisões tomadas ao longo do ano que agora termina. Os mais entusiastas são os mais velhos e as mulheres. Apenas 19% têm opinião contrária.

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Quase metade dos portugueses apoia as medidas e a forma como o Governo geriu a pandemia LUSA/ANDRÉ KOSTERS

A forma como o Governo geriu a pandemia ao longo de dez meses merece nota positiva de 48% dos portugueses, de acordo com o barómetro político da Aximage para o Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF divulgado nesta quarta-feira. Os mais idosos e também as mulheres são os que se mostram mais satisfeitos.

O estudo, que resulta de entrevistas feitas a 812 pessoas, adianta que 59% dos portugueses estão de acordo com as restrições anunciadas pelo Governo de António Costa para o Ano Novo, que entram em vigor às 00h desta quinta-feira.

Apesar de quase metade dos portugueses estar ao lado do Governo, há um universo de 19% da população que faz uma avaliação negativa. Esse descontentamento destaca-se entre os homens e os habitantes da região norte, a mais fustigada pela pandemia de covid-19.

Dez meses depois de o país ter mergulhado numa profunda crise económica e social, os portugueses dão o beneficio da dúvida ao Governo porque são muitos mais os que estão satisfeitos do que os que se mostram descontentes. Diz o barómetro da Aximage que a satisfação é visível entre os cidadãos mais velhos (65 e mais anos), o grupo mais vulnerável face à covid-19: 63%. Para este segmento, o Governo tem estado “bem” ou “muito bem”. Nos três outros escalões que compõem a amostra, o único desvio assinalável refere-se aos que têm entre 35 e 49 anos. Destes, um total de 45% responde que o Governo tem gerido “assim-assim” a pandemia, ou seja, não dá nota negativa.

A mostra evidencia uma diferença de género na avaliação, com as mulheres a mostrarem-se mais compreensivas com o Governo: 52% dão nota positiva (mais nove pontos percentuais do que os homens).

Por outro lado, o estudo analisa as diferentes regiões do país, tentando perceber como é que as pessoas qualificam a gestão do executivo relativamente à pandemia, e conclui que a região norte (com mais de 200 mil casos de infecção e mais de três mil mortos) é a que se mostra mais descontente, mas mesmo assim o saldo continua a ser positivo para o Governo por uma margem de 11 pontos percentuais: apenas 36% dão nota positiva (o valor mais baixo entre as diferentes regiões), enquanto 25% dizem que o Governo esteve “mal” ou “muito mal” nos últimos dez meses.

Olhando para os eleitores por partido, 84% dos socialistas apoiam a gestão da pandemia, que também atrai percentagens significativas de eleitores da CDU, BE e PAN. Já à direita, o cenário é um pouco diferente. Os que votam PSD são bastante mais críticos do que a esquerda, mas o saldo só é negativo para o Governo entre a nova direita radical (Chega) e liberal (Iniciativa Liberal).

O barómetro mostra ainda que 54% dos portugueses de menores rendimentos são os mais satisfeitos com a gestão da pandemia, dando nota positiva ao Governo.

Só 15% contra Ano Novo limitado

Uma grande maioria dos portugueses concorda com as restrições no Ano Novo. O fecho das fronteiras entre concelhos durante cinco dias, a proibição de festas de passagem de ano, ou a imposição do recolher obrigatório (a partir das 23h no dia 31 e a partir das 13h nos dias 1, 2 e 3) são medidas consideradas “adequadas” por 59% dos inquiridos. No entanto, um em cada quatro dos inquiridos acha que se deveria ter ido mais longe. Apenas 15% consideram as limitações “excessivas”.

Os que mais se queixam do excesso nas restrições são os que vivem na Área Metropolitana de Lisboa (20%), os homens (19%) e os têm entre 50 e 64 anos (18%).

A sondagem foi realizada pela Aximage para o JN, DN e para a TSF com o objectivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com a covid-19. O trabalho de campo decorreu entre os dias 19 e 22 de Dezembro e foram recolhidas 812 entrevistas entre maiores de 18 anos residentes em Portugal. Foi feita uma amostragem por quotas, de sexo, idade e região, a partir de um universo conhecido, reequilibrada por sexo, idade, escolaridade e região. À amostra de 812 entrevistas corresponde um grau de confiança de 95% com uma margem de erro de 3,4%. A responsabilidade do estudo é da Aximage, Comunicação e Imagem Lda, sobre a direcção técnica de José Almeida Ribeiro.

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