Covid-19: Espanha vai manter registo de quem não se quer vacinar
O ministro da Saúde afirma que se vai manter um registo das pessoas a quem foi oferecida a vacina, mas rejeitaram. “Não é um documento que se tornará público e o que se fará com ele respeitará a protecção de dados ao máximo”, reiterou.
Espanha vai manter um registo das pessoas que optarem por não se vacinar contra a covid-19, disse o ministro da Saúde, Salvador Illa, durante uma entrevista no canal La Sexta. As informações poderão mesmo ser partilhadas com outros países da União Europeia — mas não serão listas públicas nem consultáveis por entidades empregadoras, por exemplo.
Questionado sobre se seria mantido um registo com “nome e apelido” das pessoas que escolheram não se vacinar, o ministro respondeu que “não”, mas explica que será feito “um registo” que será partilhado com “outros parceiros europeus” das pessoas “a quem se ofereceu a vacina e simplesmente rejeitaram” a vacinação, “tal como se faz com outros tratamentos”. O objectivo é perceber que não se tratou de “um erro no sistema” — isto é, que se torne claro que aquela pessoa teve oportunidade de ser vacinada e não quis.
Desta forma, “fica consignado” quem “pela razão que seja, em uso da sua legítima liberdade” rejeita tomar a vacina contra a covid-19. “Não é um documento que se tornará público e o que se fará com ele respeitará a protecção de dados ao máximo”, reiterou.
Apesar disso, o ministro apela a que todos os espanhóis se vacinem. Segundo Illa, a melhor maneira de acabar com o vírus é “vacinarmo-nos todos – quantos mais, melhor”, disse. Em Espanha, a vacina é (tal como em Portugal) “voluntária e não obrigatória” — um “acto de solidariedade” para “nos proteger e proteger os outros”, descreveu.
Questionado sobre o processo de vacinação em específico, Illa afirmou que os cidadãos espanhóis serão chamados para tomar a vacina no sistema nacional de saúde e seguindo “escrupulosamente os objectivos de prioridade” destacados no plano de vacinação.
De acordo com uma sondagem, citada pela BBC, o número de cidadãos espanhóis que afirmou que não tomarão a vacina era, em Novembro, de 28%. Já foram registadas mais de 1,8 milhões de casos positivos em Espanha, um dos números mais altos de infecções entre os países da União Europeia.