BE acusa Governo de regatear esforços no combate à pandemia

É preciso passar das palavras aos actos e reforçar o SNS, com mais profissionais, prémios melhores e mais investimento. Bloco lembra que apoios não chegam aos recibos verdes. “Governo tem reagateado esforços.”

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Moisés Ferreira (Bloco de Esquerda) LUSA/MÁRIO CRUZ

O BE defendeu esta sexta-feira que é preciso reforçar o investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e fazer chegar às pessoas os apoios, numa reacção à mensagem de Natal do primeiro-ministro, na qual António Costa agradece em especial aos profissionais de saúde e garante que o Governo não poupou recursos no combate à pandemia. “O Governo tem regateado esses esforços”, contrapôs o deputado Moisés Ferreira. 

O bloquista começou por analisar o agradecimento de Costa aos profissionais de saúde, assinalando que “não traduzir esse agradecimento em actos é completamente insuficiente”. Moisés Ferreira salientou que os prémios pagos aos profissionais que estão na linha da frente do combate à covid excluem "a maior parte” desses profissionais e lembrou também que o Governo não tem disponibilidade para fazer alterações nas carreiras dos profissionais de saúde, mantendo precários a trabalhar no SNS. 

Além disso, o deputado bloquista defendeu a necessidade de contratar mais recursos humanos por forma a “garantir que o SNS tem os meios e os profissionais para uma vacinação massiva”. “Não anunciou nada para o SNS”, disse ainda o deputado. “Não basta anunciar que se vai iniciar a vacinação”. Faltam meios para responder à pandemia e às outras questões no SNS. 

O deputado referiu-se ainda à declaração do primeiro-ministro de que o Governo não regateou e nem regateará recursos no combate a esta crise. “O Governo tem regateado esses esforços. Há apoios que continuam a não chegar a quem precisa deles”, afirmou, referindo-se aos recibos verdes que esperam há meses pelas ajudas públicas. O deputado pediu também que investimento chegue ao SNS. “Aquilo que se espera é que depois de anunciar que não de regateiam esforços, então que não se continue a insistir nos mesmos erros”, disse o deputado.

Esta mensagem tem agora que ter “medidas concretas”, conclui Moisés Ferreira, que lembrou que sobre os erros que Costa admitiu que podem ter sido cometidos o BE tem exigido mais, dando como exemplo, entre outros, a necessidade de uma requisição do sector privado e social na área da saúde. “O Governo tem insistido em não fazer. Erro pior é continuar a insistir nesse erro”, diz.

Em resposta aos jornalistas, e comentando a mensagem de Natal do Presidente da República na qual Marcelo Rebelo de Sousa pedia consensos, Moisés Ferreira disse que o “diálogo existe sempre”. “Ele é feito proposta a proposta. Dizer só consenso é uma ideia abstracta. É preciso saber sobre que medidas. Se for para ter consenso sobre o reforço do SNS terá o consenso do BE”, exemplificou.

 
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