Trump concede perdão a Paul Manafort, Roger Stone e Charles Kushner

Novos indultos para figuras-chave da investigação à interferência russas nas eleições de 2016.

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Trump e Manafort durante a campanha de 2016 Rick Wilking/REUTERS

O Presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu uma nova vaga de perdões e, de novo, incluiu figuras ligadas à investigação à interferência russa às eleições de 2016, que venceu contra Hillary Clinton, desta vez um perdão a Paul Manafort e Roger Stone. Também incluído nesta ronda de indultos está Charles Kushner, pai do seu genro, Jared Kushner.

“Isto é uma podridão total”, declarou o senador republicano Ben Sasse em reacção aos perdões de quarta-feira.

Já na véspera Trump tinha provocado uma onda de críticas pelos perdões a mais figuras ligadas à investigação do procurador-especial Robert Mueller, e ainda a seguranças da empresa Blackrock que foram condenados pela morte de 14 civis no Iraque.

Muitos antecipam que Trump, que até agora tinha usado menos do que o que é tradicional o poder de clemência, vá concedendo mais perdões antes da tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden. Trump já tinha comutado a pena de 40 meses de prisão de Roger Stone.

Manafort foi condenado por fazer lobby sem registo, fraude fiscal, fraude bancária e lavagem de dinheiro, Stone por mentir ao Congresso e obstruir uma investigação do Congresso. Kushner confessou evasão fiscal e ter mentido à Comissão Eleitoral.

"Mais uma maneira de ser corrupto"

O perdão não apaga o registo dos crimes, apenas afecta a sentença. Também não impede que haja uma investigação por autoridades dos estados, e a procuradoria de Manhattan já anunciou que pretende acusar Manafort, que foi director de campanha de Trump, por crimes de fraude e outros cujo processo não avançou por poder colidir com o julgamento no tribunal federal, sobre o qual incidiu o perdão.

Os perdões presidenciais costumam ser revistos pelo Departamento de Justiça e seguir algumas linhas de orientação, que foram totalmente ignoradas nestes perdões de Trump – que incluíram ainda políticos republicanos acusados de corrupção.

“Ao perdoar Paul Manafort, Roger Stone e Charles Kushner, o Presidente Trump deixou claro que acredita que o objectivo do perdão é salvar homens brancos e ricos com quem tem ligações”, disse o grupo Citizens for Responsability and Ethics, citado pelo jornal britânico The Guardian. “Trump transformou um instrumento de misericórdia e justiça em mais uma maneira para ser corrupto.”

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