Icebergue gigante que se soltou da Antárctida está agora a fragmentar-se

Embora já mais pequeno, o A-68a continua na rota de colisão da Geórgia do Sul e poderá ser um obstáculo para a sua vida selvagem.

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Vista aérea do A-68a Ministério da Defesa do Reino Unido/Reuters

O icebergue gigante A-68a que anda à deriva no Atlântico Sul está a dividir-se em grandes fragmentos, disse em comunicado o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos. Na semana passada já se tinha fragmentado e dado origem ao A-68d, que tem cerca de 144 quilómetros quadrados. Agora, surgem dois novos pedaços: o A-68e com 655 quilómetros quadrados; e o A-68f com 225 quilómetros quadrados.

O icebergue A-68 separou-se da plataforma Larsen C, na Antárctida Ocidental em Julho de 2017, e viajou lentamente para oceano aberto. Na altura, tinha cerca de 5800 quilómetros quadrados, mas três anos depois já “só” tinha 3900 quilómetros quadrados e ameaçava colidir com a Geórgia do Sul, podendo colocar em perigo a sua vida selvagem.

Depois de se ter identificado a fragmentação deste icebergue na semana passada e o surgimento do A-68d, surgem agora novidades. Na terça-feira, dados do satélite Sentinela-1 do programa Copérnico da Comissão Europeia e da Agência Espacial Europeia mostravam que há mais dois fragmentos que se separaram do icebergue, o A-68e e o A-68f. Há uns tempos, já se tinham separado deste icebergue o A68b e o A68c. Agora, o A-68a (o que resta do icebergue original) terá ainda 2600 quilómetros quadrados, de acordo com os cálculos de Laura Gerrish, do British Antarctic Survey (BAS), que é responsável por assuntos do Reino Unido na Antárctida.

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Os fragmentos do icebergue ESA

“Quase três anos e meio depois de se ter separado da plataforma Larsen C, o icebergue A68a – o quarto maior de que há registo – está finalmente a começar a desintegrar-se”, notou ao site da BBC Adrian Luckman, especialista em glaciologia da Universidade de Swansea, no Reino Unido.

E o que acontecerá a seguir? Embora já mais pequeno, o A-68a continua na rota de colisão da ilha da Geórgia do Sul e poderá ser um obstáculo para a sua vida selvagem. Uma das preocupações tem sido a grande população de pinguins na ilha. Se o icebergue se pode prender ao flanco da ilha e permanecer aí durante dez anos, poderá bloquear a passagem dos pinguins para a água e impedi-los de alimentar os seus filhos.

Em breve, voltaremos a ter mais informações sobre este icebergue ainda gigante. No próximo mês, uma missão científica liderada pelo BAS rumará à Geórgia do Sul para estudar esse bloco de gelo. Nesta missão, usar-se-ão veículos robóticos subaquáticos e instrumentos de amostragem para perceber como é que a massa do icebergue está a influenciar o ambiente envolvente.

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