O céu pode esperar
Entre a filosofia e o slapstick, a nova produção da Pixar, desviada da sala para lançamento directo em streaming, é um filme para todos sobre esta coisa da alma.
Vamos começar a alinhar referências: O Céu Pode Esperar (versões de Lubitsch e Warren Beatty), Uma Questão de Vida ou de Morte de Powell e Pressburger, All That Jazz de Bob Fosse, as comédias elegantes de Richard Quine e Blake Edwards e o burlesco lasso de Jerry Lewis, as fitas familiares da Disney dos anos 1960 e 1970, os cartoons da UPA dos anos 1950, a câmara de Malick a vaguear pelas paisagens e pelos rostos. E duas décadas de animações a procurar redefinir as fronteiras da forma dentro de uma lógica mainstream: exemplos em causa Up — Altamente, Inside Out — Divertida-mente e Coco. É no improvável diagrama de Venn onde tudo isto se intersecta que a Pixar volta a instalar-se com Soul, a história de um professor nova-iorquino, músico de jazz frustrado, que um tropeção atira para o limbo entre vida e morte no dia em que é convidado para subir a palco com uma saxofonista de renome.
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