Ciclone Yasa atingiu as Fiji e causou a morte de pelo menos duas pessoas
Bebé de três meses entre as vítimas mortais. Ciclone tropical trouxe chuva torrencial e ventos fortes, destruindo casas e campos de cultivo. Estradas ficaram bloqueadas pelas cheias e quedas de árvore e há várias áreas sem acesso a energia eléctrica.
O ciclone Yasa atingiu as ilhas Fiji na noite de quinta-feira e causou a morte de pelo menos duas pessoas, incluindo um bebé de apenas três meses, deixando um rasto de destruição após a sua passagem.
O ciclone de categoria 5 – a mais elevada – na escala de Saffir-Simpson atingiu a província de Bua no Norte da ilha de Vanua Levu com chuvas torrenciais e ventos superiores a 285 quilómetros por hora.
Um número indeterminado de casas foi destruído e várias áreas da região estão sem acesso a energia eléctrica e comunicações. Várias estradas estão bloqueadas devido à queda de árvores e a inundações. De acordo com a Reuters, todas as estradas no distrito de Rakiri, onde vivem 30 mil pessoas, estão completamente inundadas.
O primeiro-ministro das ilhas Fiji, Frank Bainimarama, confirmou as duas mortes causadas pela passagem do ciclone Yasa – um bebé de três meses e um homem de 45 anos, cuja casa colapsou –, sendo expectável que o número de óbitos possa vir a aumentar à medida que as equipas de resgate consigam chegar ao terreno.
Bainimarama disse ainda que o ciclone deverá ter causado prejuízos de milhões de dólares e alertou que o perigo ainda não passou, apesar de o Yasa já ter diminuído para a categoria 2.
The effects and intensity of #TCYasa on Transinsular Road at Lomaloma in the Northern Division.
— Fiji Roads Authority (@FijiRoads) December 17, 2020
Please stay safe. #TeamFRA pic.twitter.com/khsrhM3RA9
“Fiquem abrigados e longe das cheias”, alertou o primeiro-ministro. “Se tiverem sido afectados, a ajuda está a caminho, tenho a certeza”, garantiu.
95% da população afectada
Na quinta-feira, as Fiji decretaram um estado de emergência a nível nacional, tendo sido imposto um recolher obrigatório. O Governo estima que 850 mil pessoas – 95% da população das Fiji – tenham sido directamente afectadas pela passagem do Yasa.
Na sua declaração ao país, Bainimarama disse ainda que as equipas de resgate estão a tentar chegar às comunidades afectadas, um trabalho que está a ser dificultado pelas chuvas fortes que persistem, e pelas ondas com mais de três metros que estão a impedir a chegada de navios com ajuda humanitária.
As #Fiji assesses the devastation wrought by Severe Tropical Cyclone #Yasa, the @UN_Pasifika family - including @UNFPAPacific - is there to assist the humanitarian response.
— UNFPAasia (@UNFPAasia) December 18, 2020
The special needs of women and girls amid disasters are a priority.#TCYasa pic.twitter.com/tOIsmBMO93
A directora-geral da Cruz Vermelha nas ilhas Fiji, Ilisapeci Rokotunidau, disse que a organização continua “preocupada com a segurança de milhares de pessoas que sofreram o impacto desta tempestade monstruosa” e reiterou que os relatos iniciais apontam uma enorme destruição, principalmente na província de Bua.
“As nossas equipas relataram que casas, prédios comunitários e campos de cultivo foram destruídos. Há cortes generalizados de energia nas áreas afectadas”, disse Rokotunidau, citada pelo The Guardian.
Fiji declared a state of natural disaster as Cyclone Yasa, a category five storm, made landfall in the Pacific island nation https://t.co/qbYZYkw9AT pic.twitter.com/fjMBOgL0Np
— Reuters (@Reuters) December 17, 2020
De acordo com o gabinete de gestão de catástrofes naturais, mais de 23 mil pessoas procuraram refúgio nos 457 centros criados pelas autoridades. Milhares abrigaram-se também em caves e em igrejas.
O ciclone Yasa está a perder força e encaminha-se para o reino de Tonga, que já emitiu um alerta.
Outro ciclone tropical, o Zazu, passou ao norte do reino de Tonga sem causar grandes estragos durante esta semana e atingiu Samoa, causando inundações na capital Apia.
On this same day in 2012, Fiji was enduring Cyclone Evan.
— Frank Bainimarama (@FijiPM) December 17, 2020
Since then, we’ve been battered by 12 more cyclones — two of which (Winston and Yasa) are now jockeying for our hemisphere’s strongest-ever storm in history.
This is not normal.
This is a climate emergency. pic.twitter.com/mZuJZJUFpo
Nos últimos oito anos, as ilhas Fiji foram atingidas por oito ciclones, incluindo o ciclone Winston, em 2016, que causou a morte de pelo menos 44 pessoas. Este ano, em Abril, o ciclone tropical Harold atingiu as Fiji, o reino de Tonga, as ilhas Salomão e Vanuatu.
No Twitter, o primeiro-ministro das Fiji, que tem alertado para o impacto das alterações climáticas, disse que a situação “não é normal”. “Isto é uma emergência climática”, reiterou Bainimarama.