Nova Iorque adormecida, com as artes ao abandono e os palcos às escuras
As ambulâncias voltam a ouvir-se incessantemente, as pessoas recolhem-se na cidade que dorme desde que se fecharam as cortinas em Março. Para a maioria das indústrias, a quarentena resultou numa longa pausa, mas para as artes é um congelamento profundo sem degelo à vista.
Quando se pensa em Nova Iorque, quando se vive em Nova Iorque ou quando se é um artista a crescer em Nova Iorque, imagina-se inevitavelmente não só a vibração própria daquela que é há muito reconhecida como a cidade que nunca dorme, mas também o calendário cultural que ela oferece, as oportunidades que pode — ou não — esconder em cada esquina. A epidemia do coronavírus veio cancelar espectáculos em todo o mundo, fechar museus, proibir a entrada de turistas ou adiar projectos artísticos. Mas em Nova Iorque o temporário está a tornar-se cada vez mais permanente: os artistas sentem-se abandonados pelo Governo federal, as artes estão em suspenso à espera das condições ideais para reabrir e alguns espaços pressionam para poderem fazer o que sempre fizeram: espectáculos ao vivo com público.
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