Natal mantém-se a meio gás, mas Governo acaba com Ano Novo

Circulação de pessoas e veículos proibida na Passagem de Ano para evitar crescimento da pandemia, após a um Natal mitigado.

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O primeiro-ministro anunciou as regras para o Natal e o Ano Novo por videoconferência, por estar em quarentena, suspeito de contágio de covid-19, depois de ter estado com o presidente francês Reuters/GONZALO FUENTES

O primeiro-ministro, António Costa, puxou pelo “travão de mão” e acabou com as celebrações de Ano Novo em todo o país, para evitar a multiplicação de uma subida de contaminações da covid-19 após o Natal, mas manteve as regras que já anunciara há quinze dias, as quais permitem alguma celebração natalícia, mesmo nos concelhos de risco muito elevado e de risco extremamente elevado.

A principal novidade a nível nacional é a de que a proibição de circulação na via pública no Ano Novo entra em vigor às 23h de dia 31 de Dezembro, acabando com a possibilidade de as pessoas celebrarem fora de suas casas a Passagem de Ano. E nos dias 1, 2 e 3 de Janeiro, a circulação na via pública está proibida a partir das 13h, o que impede almoços de Ano Novo.

No período do Ano Novo mantém-se a proibição de circulação entre concelhos, em todo o país, entre 31 de Dezembro e 4 de Janeiro, já anunciada há quinze dias pelo primeiro-ministro e repetida, esta quinta-feira, no final do Conselho de Ministros que aprovou o decreto de execução do estado de emergência, que vigorará entre 23 de Dezembro e 7 de Janeiro.

Costa em isolamento profilático

António Costa falou aos jornalistas em videoconferência, a partir da residência oficial de São Bento, por estar em isolamento profiláctico, já que esteve, em Paris, na quarta-feira, com o Presidente francês Emanuel Macron, que esta quinta-feira foi diagnosticado com covid-19. Na conferência de imprensa, depois de, de manhã, o seu teste ter dado resultado negativo, António Costa garantiu: “Sinto-me bem, não estou com nenhum sintoma.”

Já em relação às celebrações natalícias, o primeiro-ministro confirmou as normas que previu a 5 de Dezembro. Mesmo nos concelhos mais atingidos pela pandemia da covid-19, as pessoas vão poder circular entre concelhos ou na via pública depois das 23h, desde que em trânsito. E nos dias 24 e 25 a circulação na via pública é permitida até às duas horas da madrugada seguinte. A 26 de Dezembro volta a ser proibido circula na via pública a partir das 23 horas.

Justificando o agravamento de medidas com o interesse da saúde pública, o primeiro-ministro frisou a ideia de que, embora estejam a baixar as contaminações da covid-19, o facto é que esta diminuição tem evoluído de forma “mais lenta” do que previsto.

Alertou, por isso, para a necessidade de conter a propagação da pandemia e, sobretudo, do aumento de contaminados internados em enfermaria e em cuidados intensivos, para garantir que haja resposta do Serviço Nacional de Saúde. Já sobre o número de mortos, o primeiro-ministro reconheceu que “o número continua muito elevado”, mas dentro do previsto e admitiu que comece a baixar a partir da próxima semana.

Apostando na interpelação às pessoas, o primeiro-ministro fez questão de repetir, por mais de uma vez, as regras para a celebração do Natal. E insistiu na necessidade de se reunir o menor número de pessoas à mesa nas ceias natalícias, de as pessoas usarem máscara o “máximo” tempo possível e de estarem “menos tempo a mesa” do que é costume nestas festividades.

Insistindo na ideia de que “grande parte do risco de contaminações é à mesa das refeições”, onde as pessoas estão “sem máscara”, o primeiro-ministro frisou que o respeito destas regras no Natal e na Passagem de Ano “é fundamental para que o Ano Novo seja mesmo um novo ano de esperança”.

Sublinhou mesmo que o Presidente da República tinha justificado a renovação do estado de emergência e as regras mais livres no Natal com base no “contrato de confiança com os portugueses”. E defendeu que “impor por lei” regras estritas sobre celebrações como o Natal em casa “não tem a ver” com a “cultura” social portuguesa. O primeiro-ministro desejou ainda: “Que o Natal seja a partilha dos vossos afectos , mas não a partilha do vírus entre nós.”

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