Erdogan quer “virar uma nova página” nas relações com a União Europeia
Presidente turco conversou com Charles Michel e mostrou-se disponível para entrar em conversações com Grécia e Chipre para tentar resolver o diferendo no Mediterrâneo Oriental.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, quer melhorar as relações do país com a União Europeia e diz estar disponível para iniciar conversações com a Grécia e com Chipre, com quem mantém uma disputa territorial no Mediterrâneo Oriental.
A disponibilidade para um melhor o entendimento entre Ancara e Bruxelas foi veiculada pelo Presidente turco durante uma conversa telefónica com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para discutir as conclusões da cimeira europeia. Mas, apesar de garantir que quer “virar uma nova página” nas relações entre a Turquia e a UE, Erdogan acusou “alguns de tentarem incessantemente provocar crises”.
Os líderes europeus concordaram num pacote muito limitado de sanções a impor a alguns dirigentes turcos, mas adiaram a aplicação de medidas mais duras para Março. Em causa está o envio de vários navios turcos para fazer a prospecção de uma área rica em recursos naturais no Mediterrâneo Oriental ao largo de Chipre – Ancara defende tratar-se de águas pertencentes ao Chipre do Norte, reconhecido apenas pela Turquia.
Erdogan disse que a Turquia e a UE devem quebrar o “ciclo vicioso” em que se encontram nos últimos anos, marcados por divergências. “Ancara deseja que a UE adopte uma atitude sensata e construtiva face à Turquia”, afirmou Erdogan, que se mostrou disponível para entrar em conversações com a Grécia e com Chipre para tentar resolver o diferendo territorial, mas acusa Atenas de estar a adiar as negociações.
O chefe de Estado turco elogiou como “positivo” o acordo de 2016 em que a Turquia se comprometeu a impedir a passagem de refugiados vindos do Médio Oriente com destino à Europa a troco de financiamento europeu.
A tentativa de apaziguamento por parte do Presidente turco surge poucos dias depois de os Estados Unidos terem aprovado sanções contra a Turquia por causa da compra de sistemas de defesa antimíssil à Rússia. Washington considera que se trata de uma violação dos dispositivos previstos pela NATO, da qual a Turquia faz parte.