Recital de “El Perrete” assinala em Lisboa 10 anos do flamenco na UNESCO
Festival Flamenco de Lisboa quebra silêncio ditado pela pandemia com a voz de um jovem cantaor, Francisco Escudero “El Perrete”. Esta quinta-feira em Belém, às 19h30.
O projecto do Festival Flamenco de Lisboa para 2020 era ambicioso: na sua 13.ª edição, tencionava homenagear não só o décimo aniversário da classificação do flamenco como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2010 (em 16 de Novembro) como também o décimo aniversário da histórica apresentação em Lisboa de Enrique Morente a cantar Federico García Lorca, concerto que encheu o Teatro Nacional São Carlos na noite de 15 de Setembro desse mesmo ano de 2010.
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O projecto do Festival Flamenco de Lisboa para 2020 era ambicioso: na sua 13.ª edição, tencionava homenagear não só o décimo aniversário da classificação do flamenco como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2010 (em 16 de Novembro) como também o décimo aniversário da histórica apresentação em Lisboa de Enrique Morente a cantar Federico García Lorca, concerto que encheu o Teatro Nacional São Carlos na noite de 15 de Setembro desse mesmo ano de 2010.
Mas a pandemia, e os cuidados por ela impostos, levaram ao cancelamento dos 16 concertos que estavam programados no âmbito dessas comemorações. Para não serem vencidos pelo silêncio, os organizadores do Festival (a começar por Francisco Carvajal, seu fundador) organizaram um recital com uma das vozes mais aclamadas da nova geração flamenca: o cantaor Francisco Escudero “El Perrete”. Este pequeno concerto, que durará cerca de 40 minutos, decorrerá esta quinta-feira, dia 17 de Dezembro, no Museu Nacional de Arqueologia, na Praça do Império, em Belém, às 19h30. E assinala, da forma possível, os 10 anos da classificação patrimonial do flamenco pela UNESCO.
Nascido em Badajoz, em 1992, Francisco Escudero iniciou-se desde muito cedo nos meios flamencos, aprendendo com o bailaor “El Peregrino” (que actuou no Festival de Lisboa em 2017) os valores de tal arte. Em 2010 ganhou a disputada bolsa “Porrina de Badajoz”, que lhe permitiu alargar os seus conhecimentos do flamenco, estudando entre 2011 e 2012 na Fundação Cristina Heeren. Em palco, os seus primeiros passos foram dados como cantaor de baile, acompanhando os bailaores Rafael Campallo, El Mistela, Adela Campallo ou Saray de los Reyes, entre muitos outros. Conquistou vários prémios e participou em festivais, peñas flamencas e digressões internacionais até gravar em 2017 o seu primeiro disco a solo, Quiso Dios, de parceria com o distinto guitarrista Manuel Parrilla.
Desde a sua primeira edição, em 2008, pelos palcos do Festival Flamenco de Lisboa passaram nomes como Enrique Morente, Miguel Poveda, Carmen Linares, Miguel de Tena, Juan Manuel Cañizares, Fuensanta La Moneta, Pepe Habichuela, Estrella Morente, Farruquito, Jorge Pardo, Amós Lora, Javier Conde, Gerardo Núñez, Antonio Carbonell, Miguel e Juan Vargas, La Kaíta, Carmen Cortés, “El Peregrino”, El Yiyo e El Tete, Úrsula e Tamara López, Esther Merino, Maria Juncal, Camerata Flamenco Project, Célia Romero, Eduardo Guerrero e David Peña Dorantes. Agora é a vez deste já afamado cantaor de 28 anos, Francisco Escudero “El Perrete”.