Festival celebra flamenco em três noites no Capitólio

Festival Flamenco de Lisboa realiza a sua 11.ª edição, dedicada às mulheres, homenageando na gala de abertura Paco de Lucía. Começa esta quarta-feira no Cine-Teatro Capitólio e vai até sexta, sempre às 21h30.

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Úrsula López em palco DR

Depois de, em 2017, ter regressado ao espaço onde deu os primeiros passos, a Aula Magna, o Festival Flamenco de Lisboa apresenta-se em 2018, na sua 11.ª edição, dedicada às mulheres, no Cine-Teatro Capitólio, em três noites consecutivas, de 24 a 26 de Outubro. Organizado pela Associação Flamenco Atlântico e tendo por director artístico Francisco Carvajal, seu fundador, o festival começa esta quarta-feira com o tributo anual a Paco de Lucía (1947-2014), desta feita por Úrsula e Tamara López.

Irmãs, nascidas em Córdoba, Úrsula em 1976 e Tamara em 1978, iniciaram-se cedo nas artes da dança. Úrsula formou-se em dança espanhola e clássica, estudando depois em Sevilha com mestres como Manolete e Manolo Sarín, com quem Tamara viria também a aprender, após os estudos de dança em diversas disciplinas (flamenco, ballet, dança espanhola), nos quais se iniciou aos seis anos. O espectáculo que Úrsula e Tamara López trazem a Portugal, dirigido por Javier Patino, guitarrista de Jerez de la Frontera, é uma estreia. Que os promotores descrevem assim: “A sensualidade dos movimentos convida-nos à transgressão da dança harmonizada, quando pensamos sobre o caminho que Paco de Lucía empreendeu ao romper barreiras musicais, já que não há mensagem sem intenção e as bailaoras conseguiram, com o cante de Gema Caballero, lembrar a universalidade do flamenco.”

O espectáculo, que começa às 21h30, conta com Úrsula López e Tamara López (baile), Gema Caballero (cante), Javier Patino e Tino Van der Sman (guitarras) e Raul Soto (percussão). No jornal espanhol El Mundo, o jornalista Manuel Martin descreveu assim as duas irmãs: “Em Úrsula e Tamara todo o gesto em movimento se converte em arte.” O que, dizia ele nesse mesmo texto, comprova uma antiga máxima: “Só a arte é capaz de sentir o intangível e fazer apreciar o impossível.” Antes deste espectáculo, e em colaboração com o Instituto Cervantes, haverá uma gala de abertura com Rosa Torres-Pardo (pianista) e Clara Muñiz Torres (voz), filha de Rosa Torres-Pardo e actriz.

Dois regressos: Esther Merino e Maria Juncal

No dia 25, quinta-feira (também às 21h30), será a vez da cantaora Esther Merino, que já se apresentou numa das primeiras edições do festival, em 2011. Nascida em Badajoz em 1984, e já muitas vezes premiada pelo vigor e pelo brilho do seu canto, iniciado desde cedo em “peñas” e festivais, é uma das figuras de destaque no flamenco actual. Segundo os promotores, o espectáculo que Esther apresenta agora em Lisboa, intitulado Mil y Una Razones, “além dos cantes extremeños e cantes grandes, apresenta-nos uma aproximação emotiva com a Canção de embalar e o Cantar alentejano de Zeca Afonso, com arranjos de Luis Pacheco e Cunha e Amilcar Vasquez.” Com ela (no cante) estarão Juan Manuel Moreno, Joaquin Muñino (guitarras), Luis Pacheco (violino) e Zaira Santos (bailaora).

Por fim, no último dia do festival (sexta-feira, 21h30), outro regresso: a bailaora e coreógrafa Maria Juncal, que também esteve em Lisboa na edição de 2011. Desta vez apresenta Emotions, e com ela (baile) estarão Carlos Triviño e Jonatan Reys (cante) e Basilio Garcia (guitarra). Emotions, segundo os promotores do festival, “aproxima-nos a uma experiência rica em sensações como a própria vida, uma oportunidade para viver a emoção através da guitarra, do canto e da dança": "Juncal, juntamente com dois virtuosos cantores e uma guitarra, oferece uma jornada de cores e sentimentos – martinete, guajiras, alegrías e soleá.” E, com ela, “a rota do flamenco vibrará no palco.”

Desde a primeira edição, em 2008, passaram pelo festival nomes como Enrique Morente, Miguel Poveda, Carmen Linares, Miguel de Tena, Juan Manuel Cañizares, Fuensanta La Moneta, Pepe Habichuela, Estrella Morente, Farruquito, Jorge Pardo, Amós Lora, Javier Conde, Gerardo Núñez, Antonio Carbonell, Miguel e Juan Vargas, La Kaíta, Carmen Cortés, “El Peregrino”, El Yiyo e El Tete.

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