Ser um pouco de todos os lugares, e então morrer: Jan Morris (1926-2020)

Como se compõe o retrato de uma pessoa que morreu? Quase sempre, escolhemos ir encaixando peças de um puzzle: como nasceu, que interesses teve, com quem viveu e como ocupou a vida, por que razão falamos sobre ela. Mas por vezes estamos perante um puzzle com demasiadas peças, com peças perdidas. Outras vezes é um mistério. Pensemos nos dois corpos de Pompeia agora encontrados, quase dois mil anos depois da erupção: são corpos em movimento, apesar de petrificados; neles reconhecemos tantos outros corpos em cinzas que fomos vemos ao longo do filme da História; estes, contudo, são estranhamente belos. Um corpo está sempre em movimento, senão é pedra e cinza. Em ambas as circunstâncias, um enigma.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.