A vida como uma história de erros poéticos
Para Claudia Durastanti sempre foi fácil atrair a atenção dos outros para a sua narrativa pessoal. Filha de surdos, natural de Nova Iorque, criada numa aldeia do sul de Itália, com aspirações a escritora, só agora usa o “eu”, mas de forma contida, num livro experimental. Sempre Estrangeira é sobre a eterna necessidade de viver em tradução, traindo muitas vezes as convenções linguagem.
Estrangeira, expatriada, i/emigrante, aventureira. Que palavra aplicar a quem não vê definida a sua identidade face a um lugar? Ou, tendo, não se sente de lá? “O léxico das migrações é feito de vocábulos que remetem para a vitória ou para o fracasso”, escreve Claudia Durastanti na voz da narradora de Sempre Estrangeira, livro de estreia em Portugal da italo-americana que fez o percurso inverso da migração tradicional e se refere a si como “americana acidental”: nasceu nos Estados Unidos, filha de imigrantes italianos, e saiu de Brooklyn para morar uma “terriola de Basilicata”, Sul de Itália.
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