Eduardo Batarda: “A arte tem que ser tudo”

Na Fundação Arpad-Szenes-Veira da Silva, Great Moments — Eduardo Batarda nos Anos Setenta ilumina as obras pictóricas que o artista português produziu naquele período do século XX. Para mostrar que sobreviveu, incólume, a seguidismos, dogmas e programas. Livre e independente, vibrando em humor, prazer, criando o seu próprio tempo, que é, afinal, também o nosso. Uma exposição incontornável contra o silêncio frio destes dias. Até 17 de Janeiro.

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Anos 70, Eduardo Batarda, pintura e pinturas. Este podia ser o título da exposição patente na Fundação Arpad-Szenes-Veira da Silva, com a curadoria de João Mourão e Luís Silva, até 17 de Janeiro. Seja como for, presta-se a uma sinopse brevíssima da conversa que o Ípsilon teceu com o artista. A recuperar de um tratamento doloroso, Eduardo Batarda foi, generosa e pacientemente, respondendo às questões colocadas, contra o cansaço e o isolamento. Sem perder a erudição jovem da escrita, a argúcia educada do pensar, a ligação visceralmente sentida à obra e à actividade que a produziu. Com 77 anos feitos, continua a ser um artista (vinque-se esta afirmação no papel) enquanto a sua obra se agita vivíssima, em aguarelas e tinta da-china. Orgiástica e furiosa, divertida e cáustica, aberta a outras artes. Na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, por estes dias, é possível visitá-la, sobrevoá-la, testemunhar a sua animação e energia. Numa montagem em que cada obra respira no seu espaço, enquanto superfície e mundo. É assim que a exposição nos recebe, longe da modorra fria e triste que no exterior se instalou, fazendo-nos regressar aos anos 70 de um país e de um artista.

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