O tema e nada mais

Urso de Ouro no festival de Berlim, o filme do iraniano Mohammad Rasoulof é um filme de tema “à antiga” — bem feito, mas sisudo e didáctico.

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A par de Jafar Panahi, Mohammad Rasoulof foi um dos primeiros cineastas a ser considerado “persona non grata” pelo regime iraniano — interditado de filmar durante 20 anos, impedido de viajar para o estrangeiro. Por se ter posto do lado da “revolução verde” que, no início da década de 2010, veio questionar a República Islâmica, e por contar histórias de um quotidiano tenso e receoso, de vidas vividas sob um regime tentacular que oprime as liberdades individuais. Os cinéfilos portugueses conhecem-no sobretudo dos festivais, e salvo erro ou omissão O Mal Não Existe, que é a sua oitava longa-metragem, é o seu primeiro título a estrear entre nós, para o que terá contribuído o Urso de Ouro recebido no festival de Berlim de 2020. Ou antes, onde o seu produtor e o elenco receberam o prémio em seu nome; Rasoulof não pôde viajar com o filme e, poucas semanas depois, voltaria a ser detido.

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