Venezuela considera “lamentável” que a UE não respeite os “princípios do Estado de Direito”

Governo de Nicolás Maduro mostrou-se disponível para um processo de diálogo com a oposição, mas Guaidó iniciou um plebiscito para mobilizar a população.

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O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro MANAURE QUINTERO/Reuters

O Governo venezuelano considerou “lamentável” a posição adoptada pela União Europeia em relação às eleições legislativas de domingo na Venezuela, depois de esta ter manifestado que não reconhece os resultados e a vitória do Partido Socialista Unido da Venezuela, do Presidente Nicolás Maduro.

O Ministério das Relações Exteriores venezuelano, liderado por Jorge Arreaza, em comunicado diz que “a UE persiste na sua política de ingerência, em inobservância dos princípios mais elementares do Direito Internacional”.

Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, falando depois de uma reunião dos chefes da diplomacia dos 27, afirmou que as eleições de domingo na Venezuela “não cumpriram os requisitos mínimos em termos de transparência, em termos de liberdade e em termos de justiça, de igual acesso das forças políticas às candidaturas devidas”.

Apesar das críticas à posição da União Europeia, o Governo venezuelano ouviu com atenção o apelo de Bruxelas para que os líderes venezuelanos “comecem um processo de transição liderado pelos venezuelanos para conseguir uma saída sustentável para a crise” e “tomou nota do interesse” dos 27 para “acompanhar e respeitar os processos inclusivos de diálogo político que se empreendam entre os venezuelanos e venezuelanas, com o fim de superar as dificuldades da presente conjuntura”.

Um diálogo que parece difícil entre um Governo que conseguiu recuperar o controlo da Assembleia Nacional, com 67,6%, mas beneficiando de um boicote às eleições feito por uma parte da oposição, que resultou numa taxa de abstenção de 69,5%.

Juan Guaidó, o líder cessante da Assembleia Nacional e reconhecido por muitos países como Presidente da Venezuela, um dos que apelou ao boicote, iniciou na segunda-feira aquilo a que chama uma consulta popular e que já mereceu o apoio dos Estados Unidos, hostil a Nicolás Maduro e ao seu Governo, a quem impôs sanções duríssimas que afectaram grandemente a economia do país.

A consulta de Guaidó, segundo o próprio, visa conseguir que a “realização de eleições presidenciais e legislativas livres, justas e verificáveis e recusar a fraude” na Venezuela. A consulta será feita a todos os que têm mais de 18 anos e possuem documento de identificação para que os seus resultados sejam “auditáveis e confiáveis”.

Em Setembro, Guaidó afirmou que o plesbicito tem como objectivo “a mobilização cidadã” e que “não é um fim em si mesmo”, mas “parte da pressão” a vários níveis. Com Europa Press

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