Covid-19: Joe Biden está a planear uma tomada de posse em versão reduzida
Cerimónia marcada para 20 de Janeiro deverá evitar as aglomerações de pessoas para impedir novos surtos de covid-19.
Em forte contraste com o Presidente Donald Trump, que iniciou funções com um confronto sobre o tamanho da multidão na sua tomada de posse, o Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que está a planear reduzir a dimensão da cerimónia para garantir a segurança devido à pandemia.
Biden disse esperar tomar posse a 20 de Janeiro nos degraus do Capitólio, na plataforma já em construção, mas quer evitar os habituais ajuntamentos no National Mall e ao longo da Avenida Pensilvânia de Washington D.C., onde costumam concentrar-se muitos milhares de pessoas que querem assistir à cerimónia e ao desfile.
“O meu palpite é que provavelmente não irá haver um desfile gigante ao longo da Avenida Pensilvânia. Mas iremos ver muita actividade virtual nos estados em toda a América, juntando mais pessoas do que antes”, disse Biden a partir de Wilmington, no Delaware, onde mora e está a preparar o seu mandato.
A Administração Trump tomou posse em Janeiro de 2017 com o então porta-voz, Sean Spicer, a repreender os meios de comunicação por terem publicado fotografias que mostravam multidões consideravelmente menores do que as que se juntaram para a tomada de posse de Barack Obama como primeiro Presidente afro-americano, oito anos antes.
Biden disse que a sua equipa está a trabalhar com os mesmos organizadores da Convenção Democrata, em Agosto, que foi sobretudo virtual, para planear uma tomada de posse que não aumente os riscos de acelerar o contágio da covid-19, que tem ressurgido em alta nos EUA.
“As pessoas querem celebrar”, disse Biden. “As pessoas querem ser capazes de dizer que passámos o testemunho. Estamos a seguir em frente. A democracia funcionou.”
Tradicionalmente, a cerimónia começa com o Presidente que está de saída e o Presidente eleito a deslocarem-se juntos da Casa Branca até ao Capitólio. Depois do juramento do novo Presidente, este dirige-se à Casa Branca em cortejo pela Avenida Pensilvânia, enquanto o antigo Presidente vai embora, geralmente de helicóptero.
Trump, que tem recusado assumir a derrota, não disse se pretende estar presente na cerimónia. Em vez disso, de acordo com uma fonte familiar com as discussões internas na Casa Branca, está a considerar lançar uma nova candidatura para concorrer à presidência em 2024 no mesmo dia.
A pandemia já matou mais de 273 mil pessoas nos Estados Unidos e as hospitalizações estão a aumentar com a aproximação dos meses de Inverno.