Pequim diz que partes da relação entre China e EUA “já não têm conserto”

Editorial do jornal governamental em língua inglesa China Daily alerta que Washington está a seguir um “caminho perigoso”, depois de novas sanções impostas pela Administração Trump.

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Sede da China National Offshore Oil Corp (CNOOC), em Pequim Reuters

Por mais que o Presidente eleito Joe Biden altere a política dos Estados Unidos em relação à China, há partes dessa relação que “já não têm conserto”. O editorial desta sexta-feira do jornal governamental China Daily afirma que a Administração Trump está a levar a situação para um “caminho perigoso”.

“Mesmo que a próxima administração tenha o intuito de aliviar as tensões que foram criadas e continuam a ser criadas, alguns danos já não têm conserto, tal como o Presidente em exercício pretende”, escreveu o jornal em língua inglesa que divulga posições do Partido Comunista e do governo chineses.

A retórica agressiva entre os dois países aumentou substancialmente esta sexta-feira, no dia em que entraram em vigor novas sanções dos Estados Unidos a interesses chineses.

Washington decidiu limitar os vistos para membros do Partido Comunista da China e as suas famílias e proibir a importação de algodão de Xinjiang, por causa da questão da minoria uigure, que a China está a doutrinar e a usar em campos de trabalho.

Além disso, o maior fabricante de chips de computador chinês, SMIC, e o gigante petrolífero chinês CNOOC passaram a fazer parte da lista de empresas consideradas como militares pelos EUA e, como tal, os investidores norte-americanos estão proibidos de comprar acções dessas empresas.

Ao mesmo tempo, o director-geral dos serviços secretos dos Estados Unidos, John Ratcliffe,  acusava o país asiático de roubar segredos comerciais e tecnologias de Defesa à indústria norte-americana, num artigo de opinião publicado esta quinta-feira pelo Wall Street Journal.

Apesar da retórica desta sexta-feira, a verdade é que o embaixador chinês nos EUA, lembra a Reuters, abriu na quinta-feira as portas à melhoria das relações entre os dois países com a nova Administração Biden.

“Haverá sempre diferenças entre os dois países. Nenhuma delas justifica confronto e guerra, fria ou quente”, escreveu Cui Tiankai no Twitter. “Com suficiente respeito mútuo e compreensão, somos capazes de gerir estas diferenças para que não façam descarrilar o relacionamento por completo”, acrescentou o diplomata.

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