Protestos contra a violência policial em França marcados por confrontos em Paris

Polícia da capital francesa lançou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes. Várias cidades saíram à rua para criticar o espancamento de um cidadão negro e a nova lei de segurança.

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Milhares de pessoas aderiram aos protestos em todo o país CHRISTIAN HARTMANN/Reuters
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Confrontos com a polícia em Paris CHRISTOPHE PETIT TESSON/EPA
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Grupos de manifestantes incendiaram veículos,Grupos de manifestantes incendiaram veículos BENOIT TESSIER/Reuters,BENOIT TESSIER/Reuters

A maioria das manifestações realizadas este sábado em várias cidades francesas contra a violência policial foi pacífica, mas em Paris houve confrontos entre grupos de manifestantes e as forças de segurança. 

Na capital, a polícia lançou gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento para dispersar um grupo de manifestantes mascarados, que lançaram foguetes e pedras contra as autoridades e e ergueram barricadas nas ruas.

Segundo a Reuters, alguns veículos foram incendiados, assim como materiais em zonas de construção civil, criando colunas de fumo negro, visíveis a vários quilómetros de distância.

Milhares de pessoas também marcharam em cidades como Lille, Rennes ou Estrasburgo.

Os protestos deste sábado acontecem depois da divulgação de imagens das câmaras de vigilância mostrarem três polícias a espancarem Michel Zecler, um cidadão negro e conhecido produtor musical francês.

Para além disso, têm como pano de fundo o projecto de lei aprovado esta semana na Assembleia Nacional francesa, que reforça os poderes da polícia e criminaliza a divulgação de imagens que identifiquem agentes individuais em determinadas circunstâncias.

Os opositores da “lei de segurança global” – e particularmente os órgãos de comunicação social – dizem que esta limita a liberdade de imprensa.

Muitos manifestantes participaram nos protestos com cartazes com frases de ordem como: “Quem é que nos vai proteger da polícia?”; “Chega de violência policial”; ou “A democracia está a ser agredida”.

As imagens de Zecler a ser espancado foram amplamente partilhadas nas redes sociais e na imprensa nacional e estrangeira. O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse na sexta-feira que as imagens são vergonhosas para o país.

Quatro polícias foram detidos para interrogação, no âmbito da investigação às agressões ao produtor musical.

“O que está a acontecer em Paris é extremamente preocupante e não podemos deixar que isto prossiga. Estive dois anos com os Coletes Amarelos e já assisti a toda essa violência [policial]”, disse à Reuters uma manifestante da capital francesa.

As associações de jornalistas e os grupos de defesa de direitos civis que organizaram as manifestações tiveram a companhia de pessoas ligadas à esquerda, activistas ambientais e elementos dos Coletes Amarelos.
Este último movimento já protesta há dois anos nas ruas contra o Governo do Presidente Macron.

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