Presidente quer regras para o Natal definidas na próxima semana
Marcelo diz que é “de bom senso” definir as medidas para o fim-de-semana natalício ao mesmo tempo que for renovado o estado de emergência, na próxima sexta-feira. Já uma posição presidencial sobre a questão do Novo Banco terá de esperar que o Orçamento chegue a Belém. Para já, congratula-se por haver orçamento aprovado.
O Presidente da República anunciou que, na próxima semana, na altura em que for renovado o estado de emergência, os portugueses deverão conhecer o quadro de restrições que vai estar em vigor durante a época do Natal. “Na próxima semana haverá notícias sobre isso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas no jornal PÚBLICO, à margem da apresentação da segunda edição do PSuperior.
“Não faz sentido fazer os portugueses esperarem pelo dia 24 de Dezembro [quando terminará o período do estado de emergência que começa no dia 9] para saberem o que é que vão fazer na noite de Natal”, afirmou. “Parece-me de bom senso que, antecipadamente, os portugueses saibam como podem organizar aquele fim-de-semana de 24, 25, 26 e 27”, acrescentou. Um recado para o Governo, a quem cabe definir as medidas em vigor para cada período de restrições por causa da pandemia.
Questionado sobre o chumbo, no âmbito do Orçamento do Estado para 2021, da transferência de 476 milhões para o Novo Banco, Marcelo opta pelo silêncio. “É uma matéria que só vou analisar no Orçamento. Não vou agora pronunciar-me sobre um aspecto em particular”, disse.
Sublinhando antes que foi importante haver um OE para 2021, Marcelo afasta de uma penada o espectro da crise política para os próximos tempos, ainda que possa temer ser esse o fantasma do Natal futuro. “Não há lugar a uma crise política em cima de uma pandemia e de uma crise económica e social, ambas muito graves. Uma terceira crise em cima destas não faria sentido”.
Dito isto, sublinha que “dois dos quatro orçamentos da legislatura estão aprovados, e como se esperava, à esquerda”. E que em 2021 há ainda desafios essenciais: “Vamos continuar a ter de lidar com a pandemia e com a crise económica e social, ter a presidência da UE com decisões difíceis que podem sobrar para Portugal e no final do próximo ano, haverá eleições autárquicas”. Por isso, entende que “estar a falar em crises além deste caderno de encargos é estar a inventar mais problemas além dos que existem”.
Depois de ter marcado as eleições presidenciais para 24 de Janeiro, os jornalistas quiseram saber quando é que Marcelo anuncia a sua decisão, mas confirmou-se a falta de pressa que embrulha uma vontade cada vez mais explícita.
“Neste momento, continuo a considerar que é mais importante ser Presidente da República só do que ser Presidente e candidato presidencial. Há decisões que têm de ser tomadas pelo Presidente da República, como o estado de emergência, que não devem ser confundidas com a dos candidatos presidenciais”. “A seu tempo”, portanto. Mas isso não impede, acrescenta, “os candidatos presidenciais de dizerem tudo o que quiserem, pois isso é a democracia”.