Esta startup portuguesa faz máscaras com plástico tirado do mar

Este modelo de máscaras equivale a “cerca de duas garrafas de plástico”, segundo André Facote. Máscaras são compostas por 44% de algodão orgânico e 56% de fio que resulta do plástico recolhido do oceano.

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Skizo

Uma startup portuguesa incubada no Parque da Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) está a utilizar o plástico encontrado no oceano para produzir máscaras de uso profissional e comunitário.

André Facote, fundador da Skizo, explicou que, no primeiro aniversário da empresa, em Março de 2020, se viu “desafiado” pela pandemia da covid-19. Com as vendas em território nacional, que representam 60% da facturação da startup, paradas “durante dois meses”, a empresa que transforma o plástico recolhido nos oceanos em calçado personalizado decidiu “arregaçar mangas” e “reinventar-se”. “Fomos desafiados, porque tínhamos pessoas perto que tinham habilidade de costura, mas que não tinham um prato de sopa para comer. Foi aí que iniciámos a produção de máscaras”, referiu.

Em Maio, com as vendas de sapatilhas a “recuperarem lentamente” e as máscaras já certificadas, a Skizo começou a produzir com a ajuda de costureiras portuguesas e a vender o modelo nível 3, vulgarmente designadas como de uso comunitário.

Este modelo de máscaras, de duas camadas, é composto 44% por algodão orgânico e 56% por fio que resulta do plástico recolhido do oceano. Segundo André Facote, cada máscara deste tipo equivale a “cerca de duas garrafas de plástico”.

Além deste modelo, a Skizo começou, no início de Setembro, a produzir máscaras de nível 2 certificadas para uso profissional e que equivalem a “cerca de cinco garrafas de plástico”.

Até ao momento, André Facote afirmou que a startup, que produz de acordo com a procura, já vendou mais de quatro mil máscaras que são certificadas pelo CITEVE para 25 lavagens, pelo AITEX (Espanha) para 50 lavagens e pela EUROFINS (União Europeia) para 100 lavagens.

Desde a fundação da Skizo, o responsável revelou que, entre sapatilhas, bolsas e máscaras, já foi retirada “quase uma tonelada de plástico dos oceanos, o que equivalente a mais de 28 mil garrafas de plástico”. À Lusa, André Facote disse ainda que a empresa está “a recuperar” as vendas, podendo mesmo atingir este mês o “recorde de vendas” de Janeiro com mais de 46 pares de sapatilhas” vendidos.