Primeiro, Leopoldo abriu a Taberna do Calhau, na Mouraria. Depois, ao lado, abriu o Bla Bla Glu Glu, que nasceu bar de vinhos, com uma identidade que ser queria diferente, mas como os tempos que correm nos baralham os planos, está, para já, a funcionar como uma espécie de “número dois” da Taberna, com a mesma carta de comidas – apesar de uma oferta de vinhos diferente, mais voltada para os naturais, de pouca intervenção e não apenas de Portugal, mas de países como a Espanha, a França, a Itália ou a Áustria.
Breve revisão da história de Leopoldo Garcia Calhau: vindo da arquitectura, abriu o seu primeiro restaurante, o Sociedade, na Parede. Estávamos em 2014 e Leopoldo tinha acertado na fórmula: comida boa, inspirada pelas suas raízes alentejanas (com o hoje famoso bolo da Joana, feito pela mãe) e o espírito de anfitrião que fazia grande parte do charme do lugar.
Mas em 2016, deixou o Sociedade e mudou-se para o Café Garrett, no Teatro D. Maria II onde esteve mais dois anos. Na Taberna do Calhau, aberta em 2019, voltou a estar no seu ambiente mais natural e cruzou a cozinha alentejana com outras influências, apostando sempre nos vinhos portugueses. Por fim, e já no meio da pandemia, em Agosto, nasce o Bla Bla Glu Glu.
Neste momento, o que acontece é que quando um enche, Leopoldo utiliza o outro como segunda sala. Mesmo assim, o Bla Bla (que também funciona como mercearia, com enchidos, queijos, azeite, mel, arroz, pão) tem tido alguns momentos diferentes, aceitando pop-ups de outros projectos, por exemplo. Mas neste momento, obrigado, como todos os outros, a fechar aos fins-de-semana a partir das 13h, a grande aposta de Leopoldo nos seus dois espaços é o “brunch alentejano”, também conhecido como “mata-bicho” ou “vem comer a bucha”.
A ementa deste fim-de-semana é levezinha: açorda de bacalhau, ovos com linguiça, cozido de grão, uma versão de carne de porco à alentejana, migas e bifana. Tudo para comer antes da uma da tarde, que o pessoal tem que confinar.