Jorge Fonseca e Rochele Nunes conquistam bronze em Praga
Portugal fecha participação nos Europeus de judo com mais duas medalhas, depois da prata de Telma Monteiro.
Portugal teve a sua melhor participação em Europeus de judo da última década, com três medalhas conquistadas nos campeonatos que decorreram em Praga. Depois da habitual medalha de Telma Monteiro (prata) no primeiro dia de competição, Jorge Fonseca e Rochele Nunes conquistaram cada um uma medalha de bronze, elevando para três o número de posições de pódio para as cores portuguesas, representadas na capital checa por 16 atletas - a última vez que isso aconteceu foi em Istambul 2011, com o ouro de João Pina e as pratas de Joana Ramos e Telma Monteiro. Se a medalha europeia já não foi nenhuma novidade para Telma Monteiro (foi a sua 14.ª), Jorge Fonseca e Rochele Nunes tiveram a sua estreia em pódios da competição.
No combate pela medalha de bronze em -100kg, Fonseca bateu o georgiano Varlam Liparteliani, vice-campeão olímpico, num combate decidido nos castigos em “golden score”. O atleta do Sporting, campeão mundial em título, chega, em Praga, ao primeiro pódio em Europeus na sua terceira participação - havia sido 5.º em Baku 2015 e 7.º em Telavive 2018 - e fechou com uma medalha um ano que nada teve de normal, chegando mesmo a estar infectado com covid-19.
O dia acabou por ter um final feliz para Fonseca. Tinha começado bem, com triunfos sobre Grigori Minaskin (Estónia) e Marko Kumric (Croácia), falhando depois o acesso às meias-finais frente ao azeri Zelym Kotsoiev, num combate em que nunca pareceu estar muito confortável. Relegado para as repescagens, Fonseca triunfou sobre o turco Mert Sismanlar, garantindo depois o bronze no combate com o cotado georgiano, vice-campeão olímpico em 2016 e com um extenso currículo em Mundiais (três pratas e dois bronzes) e Europeus (três ouros, cinco pratas e um bronze).
Pouco depois, foi a vez de Rochele Nunes garantir a sua medalha com um triunfo frente a Larisa Ceric, da Bósnia e Herzegovina, beneficiando da acumulação de castigos da atleta balcânica. Acabou por ser uma medalha com sabor a vingança, já que nos Jogos Europeus de Minsk, em 2019, as duas atletas se tinham encontrado no combate pelo bronze, com o triunfo a cair para o lado de Ceric.
A judoca luso-brasileira iniciou a sua participação nos Europeus com uma derrota frente à ucraniana Yelyzaveta Kalanina, mas voltou a encontrar o caminho das medalhas no combate de repescagem frente à sérvia MIlica Zabic.
Esta foi a primeira medalha individual com as cores portuguesas para a judoca do Rio Grande do Sul, depois de já ter conquistado vários pódios em provas do Grand Prix e do Grand Slam desde que passou a competir por Portugal, em 2019 - tal como aconteceu com Bárbara Timo. Antes da naturalização, a atleta do Benfica já tinha sido vice-campeã nos campeonatos Pan-Americanos, em 2015, e medalha de bronze em 2013, 2014 e 2016.