Covid-19: internamentos em cuidados intensivos registam máximo desde o início da pandemia
Portugal registou, na quinta-feira, 6489 novos casos (foi o quinto dia com mais casos desde o início da pandemia) e 61 mortes.
Portugal registou, na quinta-feira, 6489 novos casos e 61 mortes com covid-19. Há ainda registo de 3079 pessoas internadas nos hospitais portugueses, 481 em unidades de cuidados intensivos — os números mais altos desde o início da pandemia, em Março.
Os dados constam do boletim epidemiológico publicado esta sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Sabe-se, ainda, que recuperaram da doença 5076 pessoas na quinta-feira. Os casos activos são, actualmente, 82.736 – uma subida de 1352 casos activos em 24 horas. Este número é obtido depois de subtraído o número de pessoas recuperadas e óbitos ao total de casos.
No total, o país soma 3762 óbitos, 249.498 casos e 163.000 recuperados desde o início da pandemia. Quinta-feira foi o quinto dia com mais casos desde o início da pandemia.
A taxa de letalidade global da covid-19 em Portugal é actualmente de 1,5%, subindo para 9,7% acima dos 70 anos, revelou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa desta sexta-feira da DGS.
Cerca de 65,3% das pessoas com covid-19 em Portugal já recuperaram. No que diz respeito aos casos activos, 96,3% encontram-se a recuperar no domicílio e 3,7% estão internados — 0,6% em unidades de cuidados intensivos e 3,1% em enfermaria.
O Norte é a região que conta com o maior número de novos casos: com 3.630, contabiliza mais de metade (56%) das infecções registadas em território nacional. Lisboa e Vale do Tejo é a segunda região mais afectada, com 1805 novos casos, seguida do Centro com 799, Alentejo (135), Algarve (90), Açores (29) e Madeira (um).
Este foi também o 11.º dia com mais mortes desde o início da pandemia. No que diz respeito aos óbitos, também foi o Norte a registar mais de metade das mortes nacionais: 33. Em Lisboa e Vale do Tejo morreram 15 pessoas, no Centro, 12 e no Algarve, uma pessoa.
Desde o início de Agosto, o índice de transmissão (Rt) da covid-19 em Portugal está acima ou perto de 1, o que revela “uma tendência crescente de novos casos a nível nacional”. Ainda assim, este valor, que mede o número médio de casos secundários resultantes de um caso infectado, desceu ligeiramente em relação à semana anterior.
Há 68 surtos activos nas escolas em Portugal
Após um lapso durante a conferência de imprensa da DGS desta sexta-feira, o gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde esclareceu que, de acordo com os dados de segunda-feira, há 68 surtos activos identificados em creches, escolas e universidade (do ensino público e privado), entre os quais três na região Norte, 11 no Centro, 50 em Lisboa e Vale do Tejo, dois no Alentejo e dois no Algarve. Segundo António Lacerda Sales, ao que tudo indica, as escolas não são “um foco de grande intensidade”.
Questionado sobre o facto de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselharem o uso do remdesivir, que Portugal anunciou que iria comprar, Lacerda Sales salientou, na conferência de imprensa, que “a nível europeu está a ser feita essa avaliação pela Agência Europeia de Medicamentos, não tendo havido nenhuma alteração ao nível das orientações de utilização”.
“Seguimos as orientações da agência”, disse o secretário de Estado, sublinhando, porém, que as autoridades de saúde portuguesas continuam a ter também “em linha de conta as orientações da OMS”.
“Tem havido grande colaboração do sector privado” em Lisboa e Vale do Tejo
Sobre os acordos estabelecidos entre os hospitais públicos e privados, Lacerda Sales começou por destacar que “no Algarve não existem ainda acordos assinados, mas há duas intenções com maior afirmação de grupos privados em estabelecer acordos”.
Já em Lisboa e Vale do Tejo “tem havido grande colaboração do sector privado”. “Já existem acordos com diferentes grupos privados, como a CUF, a Luz Saúde, o Lusíadas, com disponibilidade para doentes covid-19 e não covid-19”, garantiu o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, embora sem disponibilizar detalhes quanto ao número de camas.
Mais tarde, a propósito da capacidade do Hospital Garcia de Orta, o secretário de Estado da Saúde sublinhou que o Serviço Nacional de Saúde “funciona em rede com a sua expansibilidade”. “Garantidamente nenhum dos doentes que entre no Garcia de Orta ficará sem lugar para onde ir”, assegurou.
Sobre a possibilidade de se implementarem cercas sanitárias, o secretário de Estado afirmou que, para já, essa hipótese não está a ser equacionada.
Notícia actualizada às 19h55 com novos dados sobre surtos nas escolas