Há 506 camas em cuidados intensivos para doentes covid-19 — 432 estão ocupadas

Ministra da Saúde afirmou que as camas em hospitais não são “um bem infinito”, mas realçou que a sua gestão é “flexível” e “dinâmica”.

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LUSA/TIAGO PETINGA

A ministra da Saúde, Marta Temido, avançou que existem 2619 doentes internados em enfermaria e 3159 camas “livres, preparadas para responder a doentes com covid-19” e que há 432 doentes em cuidados intensivo e 506 camas disponíveis para estes doentes. Significa isto que, das camas em cuidados intensivos disponíveis neste momento, 85% estão já ocupadas — e que, das camas em enfermaria geral existentes, 18% estão livres.

“Recordo-vos que há hospitais que têm vindo a desprogramar alguma actividade e que isso pode ser feito em maior quantidade, mas com prejuízo de outras respostas. No limite, a capacidade do SNS é de mais de 18 mil casos de enfermaria geral e de mais de 960 camas de cuidados intensivos”, referiu a ministra quando questionada sobre a ocupação dos hospitais por doentes com covid-19.

A região centro, que tem assistido a um aumento de casos nas últimas semanas, ainda que inferior ao Norte e a Lisboa e Vale do Tejo, tem 496 doentes internados, 54 destes em enfermarias de cuidados intensivos, segundo informação divulgada esta quarta-feira. “Sabemos que a capacidade de expansão da região centro é de 4444 de enfermaria geral e de 135 camas em cuidados intensivos”, disse, acrescentando que o SNS funciona em rede e que as administrações hospitalares têm autonomia para fazer esta gestão.

A ministra indicou ainda que as camas em hospitais não são “um bem infinito”, mas realçou que a sua gestão é flexível. “Vamos procurando afectá-la àquilo que são as necessidades de cada momento. Há alguma possibilidade de aumentar algumas camas, activando algumas enfermarias, alocando de forma diferente alguma actividade. É por essa circunstância que estes números são relativamente dinâmicos”, disse.

Esta terça-feira, o director do Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN)​, João Ribeiro, disse à agência Lusa que “a capacidade base de medicina intensiva no país, em certa medida, já foi ultrapassada”.

“Todos sabemos e todos reconhecemos que a capacidade base, aquilo que era a capacidade do SNS em camas de medicina intensiva era das mais baixas da Europa, portanto, essa capacidade de base que nós tínhamos em Fevereiro e Março, já foi ultrapassada”, vincou.

João Ribeiro relatou que o que tem vindo a acontecer nos diversos hospitais é que tem estado a ser aumentado o número de camas dos serviços de medicina intensiva, por processos de reorganização do trabalho, de maior disponibilidade de tempo dos profissionais, nomeadamente desta área.

E segundo o especialista, vão ter que ser activadas “mais camas de medicina intensiva” no Serviço Nacional de Saúde, porque as taxas de ocupação nas principais unidades hospitalares do país são de cerca de 90%. com Lusa

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