Covid-19: OMS alerta que “vacina por si só não será suficiente” para derrotar pandemia
A chegada de uma vacina não vai significar o fim da luta contra o vírus: “Irá, se tudo correr bem, reduzir o número de mortes e fazer com que os sistemas de saúde consigam enfrentar [a doença], mas o vírus ainda tem muito espaço de manobra”, alerta Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou esta segunda-feira que uma vacina “por si só não será suficiente” para derrotar a pandemia de covid-19.
“Desde o início da pandemia de covid-19, sabíamos que uma vacina seria essencial para ter a pandemia sob controlo. Mas é importante enfatizar que a vacina é um complemento às outras ferramentas que temos, não uma substituta”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, esta segunda-feira, durante uma reunião do Conselho Executivo da OMS — a primeira em que participou presencialmente depois de ter cumprido quarentena por ter estado em contacto com uma pessoa que teve teste positivo à covid-19
O director-geral da OMS, assim como vários especialistas da agência das Nações Unidas, tem vindo nos últimos dias a moderar o optimismo criado com a proximidade de uma vacina eficaz contra a covid-19 — na semana passada foram as farmacêuticas Pfizer e BioNTech que anunciaram uma vacina com eficácia de 90%; esta segunda-feira foi a vez da Moderna e da Universidade de Oxford, com uma vacina com eficácia de 95%.
“O fornecimento inicial da vacina vai ser limitado, por isso os trabalhadores da área da saúde, pessoas idosas e outras populações de risco terão prioridade”, completa. “Isso irá, se tudo correr bem, reduzir o número de mortes e fazer com que os sistemas de saúde consigam enfrentar [a doença], mas o vírus ainda tem muito espaço de manobra.”
Tedros Adhanom Ghebreyesus apelou para que não se encerrem prematuramente as medidas que permitem controlar a expansão da covid-19, designadamente através de testes, quarentena e acompanhamento de casos de contacto.
A pandemia ressurgiu em força em muitos países da Europa, obrigando as autoridades a tomarem novas medidas para tentar controlar a expansão da doença e os novos casos estão a aumentar exponencialmente em muitos Estados dos Estados Unidos da América. A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,3 milhões de mortos no mundo desde Dezembro do ano passado, incluindo 3381 em Portugal.