Covid-19: Museus mudam horários ou encerram ao fim-de-semana até 23 de Novembro
Em resposta às novas regras de confinamento em vigor até 23 de Novembro para combater a pandemia covid-19, alguns museus mantém apenas os seus horários habituais durante a semana.
Alguns museus de Lisboa e do Porto anunciaram esta terça-feira que decidiram reduzir o horário ou encerrar totalmente nos fins-de-semana de 14 e 15 de Novembro e 21 e 22 de Novembro, em resposta às novas regras de confinamento em vigor até 23 de Novembro para combater a pandemia covid-19.
O Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Belém, Lisboa, optou por encerrar totalmente nesses dois fins-de-semana, mas durante a semana mantém o horário diário das 11h00 às 19h00, indicou fonte da Fundação EDP, contactada pela agência Lusa.
O Museu Gulbenkian, nos mesmos fim-de-semana, estará aberto das 9h30 às 12h00, em vez das habituais 10h00/18h00, indicou também fonte da Fundação Calouste Gulbenkian. As exposições temporárias Esculturas Infinitas e René Lalique e a Idade do Vidro podem ser vistas durante o mesmo horário.
Quanto ao Museu Colecção Berardo, em Belém, vai encerrar aos sábados e domingos, às 13h00, com última entrada às 12h30, e as actividades para adultos e famílias, previstas para esses fins-de-semana, passam a ser realizadas em novos horários indicados no sítio online do museu.
O Museu do Dinheiro também estará encerrado ao público nos fins-de-semana de 14 e 15 e de 21 e 22 de Novembro, face às restrições de circulação em espaços e vias públicas, mas permanecerá aberto de quarta-feira a sexta-feira, entre as 10h00 e as 18h00.
No Porto, o parque e museu da Fundação de Serralves também só estarão abertos durante a manhã nesses fins-de-semana.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), João Neto, indicou que a direcção da entidade vai recomendar aos seus associados a redução de horário ou o encerramento, “para seguir as recomendações do plano de prevenção” anti-covid-19 do Governo. Consideramos que os museus devem avaliar se vale a pena estarem abertos só de manhã, ou, se não se justificar, ou se puder afectar a segurança dos visitantes e funcionários, será mesmo de encerrar totalmente nesses dias”, declarou.
João Neto disse ainda que a direcção da APOM defende que as actividades já programadas devem ser distribuídas por outros dias, “tendo em atenção que os grupos de visitantes não devem ultrapassar as cinco pessoas, e, no caso de serem familiares, até ao limite de dez”.
“Afinal, deve imperar uma boa avaliação das situações de cada museu e, sobretudo, o bom senso. Conciliar visitas e actividades com segurança para proteger a saúde de todos”, defendeu o presidente da APOM, acrescentando que, desde sexta-feira, têm recebido dezenas de telefonemas dos museus associados de todo o país a pedir esclarecimentos sobre as novas regras de confinamento.
Também em resposta a um contacto da Lusa, a presidente do comité português do Conselho Internacional dos Museus (ICOM-Portugal), Maria de Jesus Monge, considerou que o encerramento dos museus, “que se encontram nas zonas a vermelho [da pandemia], deverá ser obrigatório”, para proteger visitantes e funcionários. “Estamos ainda a avaliar o impacto que estas novas regras vão ter nos museus do país”, acrescentou a responsável.
A Lusa contactou a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) para saber se há novas orientações sobre os horários dos museus, monumentos, palácios e sítios patrimoniais por si tutelados, no âmbito das novas regras anti-covid-19, e aguarda uma resposta.
Nos 121 municípios mais afectados pela pandemia vigora, até 23 de Novembro, o recolher obrigatório entre as 23h00 e as 05h00, de segunda a sexta-feira, assim como “limitação da liberdade de circulação” nos fins-de-semana de 14 e 15 de Novembro, e de 21 e 22 de Novembro, de acordo com as novas regras de confinamento decretadas pelo Governo.
Nos fins-de-semana, a “limitação da liberdade de circulação” vigorará entre as 13h00 de sábado e as 05h00 de domingo e as 13h00 de domingo, e as 05h00 de segunda-feira.