Chega é um partido com “posições xenófobas”, mas PSD nacional não tem nenhum acordo

Nuno Morais Sarmento frisou que, na perspectiva da direcção do PSD, “estes entendimentos foram em exclusivo pelo PSD regional” dos Açores

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LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O vice-presidente social-democrata Morais Sarmento rejeitou este sábado a existência de qualquer acordo nacional entre PSD e Chega para a viabilização do governo nos Açores e insistiu que a solução “só compromete” os partidos “em termos regionais”.

O vice-presidente do PSD acusou o secretário-geral do PS e primeiro-ministro de “desorientação” e disse que António Costa “sabe” que “não é verdade” que haja algum entendimento nacional com o Chega, partido de extrema-direita liderado por André Ventura.

Em declarações à TVI, Nuno Morais Sarmento frisou que, na perspectiva da direcção do PSD, “estes entendimentos foram em exclusivo pelo PSD regional”.

“Nós levamos a autonomia a sério. No entendimento do PSD nacional o que há é uma plataforma política com o PSD, CDS e o PPM” que serão os responsáveis por apresentar um programa de governo.

“Essa é a plataforma que será responsável pela condução da política” governativa e por apresentar o programa de governo e, considerou, “era normal que o Chega e a Iniciativa Liberal viabilizassem um governo de direita”.

“O PSD não tem nem nunca teve qualquer entendimento com partidos de extremos, ao contrário do PS”, frisou.

Questionado sobre se considera que o presidente do PSD, Rui Rio, deve explicações ao país, como defendeu o secretário-geral do PS, Morais Sarmento respondeu: “as explicações que o dr. Rui Rio teria que dar são aquelas que eu estou aqui a dar em nome do PSD”.

Interrogado sobre se considera que o Chega é um partido xenófobo, Morais Sarmento disse que o Chega é um partido político “que tem posições xenófobas”.

O secretário-geral do PS considerou hoje que o PSD “ultrapassou a linha vermelha” ao ter um acordo com o Chega para a viabilização de um Governo nos Açores e defendeu que Rui Rio deve explicações ao país.

Estas posições foram assumidas por António Costa no final da Comissão Nacional do PS, tendo ao seu lado o presidente do partido, Carlos César, também antigo líder do Governo Regional dos Açores.

“A Comissão Nacional do PS salienta o facto da maior gravidade que constitui o PSD ter ultrapassado a linha vermelha de toda a direita europeia democrática ao celebrar um acordo com um partido de extrema-direita xenófoba”, disse.