Um Sp. Braga quase perfeito e um Benfica de quase nada
Minhotos triunfam no Estádio da Luz, por 2-3, e alcançam o adversário na classificação. “Encarnados” sofrem segunda derrota consecutiva no campeonato e já vão no terceiro jogo seguido a sofrer três golos.
Era um ciclo terrível que ia chegar ao fim. Antes da paragem para os jogos das selecções, Benfica e Sp. Braga iriam cumprir na Luz o seu sétimo jogo em três semanas, entre campeonato e Liga Europa, e precisavam de pernas e cabeça frescas. Uma equipa teve ambas em doses generosas, a outra teve muita falta, sobretudo, de cabeça fresca. Os minhotos arrancaram um triunfo por 2-3 na Luz, o seu quinto seguido no campeonato, e subiram ao segundo lugar, com 15 pontos, agora a par dos “encarnados”, que sofreram a sua segunda derrota consecutiva e que já vão no terceiro jogo seguido a sofrer três golos. Ambos ficaram a quatro pontos do líder Sporting.
Há um paralelismo invertido no que Benfica e Sp. Braga têm mostrado no campeonato. Os homens de Carlos Carvalhal perderam os seus dois primeiros jogos e ganharam os últimos cinco, a formação orientada por Jorge Jesus ganhou os primeiros cinco e perdeu os últimos dois. E isso não deixa de ser um sinal de que uma delas está a conseguir resolver os seus problemas e que a outra, pelo contrário, parece ter mais problemas do que tinha no início.
Este Benfica-Sp. Braga foi um encaixe quase perfeito durante quase toda a primeira parte, em que praticamente nenhuma das equipas conseguiu atacar em condições. O melhor que o Benfica conseguiu fazer foi um remate acrobático de Verthogen na sequência de um canto, que Matheus defendeu, aos 10’. Muito pouco para o domínio territorial dos “encarnados” e um testemunho do acerto defensivo dos minhotos, que, durante 38 minutos, quase não atacaram, tirando uma ou outra aceleração de Galeno.
Aos 38’, tudo mudou. À primeira vez que criou perigo, o Sp. Braga quase marcou. Galeno foi numa correria até à área do Benfica, deixou para Ricardo Esgaio, que não conseguiu o remate e devolveu a bola ao brasileiro, que rematou por cima. Na retoma do jogo, Otamendi tentou meter uma bola longa para o ataque, mas nem passou do meio-campo e Iuri Medeiros ficou com ela. O açoriano deixou Samaris e Tavares para trás, puxou para o pé esquerdo e a bola acabou na baliza de Vlachodimos - foi o quinto golo do extremo ao Benfica e pela quarta equipa diferente, depois de ter marcado por Arouca, Moreirense e Boavista.
Era um prémio justo para a solidez bracarense e penalizava a falta de rigor benfiquista nas suas acções defensivas. A segunda parte iniciaria praticamente com mais do mesmo. Aos 50’, Iuri teve espaço para manobrar no flanco direito, distribuiu para Musrati no centro do terreno e o líbio (um dos melhores em campo) viu bem a desmarcação de Francisco Moura entre os lentos centrais benfiquistas para fazer o 0-2, aos 50’.
Jesus foi ao banco para mexer outra vez. Já tinha lançado Gabriel e Seferovic ao intervalo, meteu Taraabt e Grimaldo depois de sofrer o segundo, mas isso não resolveu os problemas imediatos do Benfica. Aos 63’, o Sp. Braga enviou uma bola longa na direcção da área benfiquista, Vlachodimos e Otamendi foram os dois à bola, mas pararam ao mesmo tempo e Francisco Moura aproveitou, ficando sozinho para o 0-3, aos 63’.
De repente, a diferença parecia demasiado grande para ser recuperada e, no entanto, o Benfica não esteve assim tão longe de salvar, pelo menos, um ponto. Num jogo em que Darwin Nuñez praticamente não se viu, Haris Seferovic quase foi o salvador. Aos 68’ fez o 1-3 após passe de Rafa e, aos 86’, fez o 2-3 após cruzamento de Grimaldo numa jogada que começou em Taarabt. No tempo de compensação, o suíço ainda meteu a bola na baliza por uma terceira vez, mas estava em posição irregular.
O empate seria um mal menor para um Benfica que tem muitos problemas para resolver, e um mal maior para um Sp. Braga que foi melhor que o adversário durante mais tempo.