As Mulheres da Minha Alma, primeiro capítulo das memórias de Isabel Allende
Este novo livro de Isabel Allende chega às livrarias portuguesas nesta quinta-feira numa edição da Porto Editora feita em simultâneo com a sua publicação na língua original, em Espanha e na América Latina. É um testemunho sobre a relação desta autora chilena com o feminismo e a sua condição de mulher e por onde passam temas como a violência contra as mulheres, o movimento #MeToo, as revoltas sociais no Chile e a pandemia do novo coronavírus: “Cada ano vivido e cada ruga contam a minha história”, diz a escritora. Pré-publicamos o primeiro capítulo onde ela definine feminismo e patriarcado.
Não exagero quando digo que sou feminista desde o jardim de infância, antes de o conceito se ter disseminado no Chile. Nasci em 1942, pelo que estamos a falar de uma antiguidade longínqua. Penso que a minha rebeldia contra a autoridade masculina teve origem na situação de Panchita, a minha mãe, que foi abandonada pelo marido no Peru com dois bebés de fraldas e um recém-nascido nos braços, o que a obrigou a pedir refúgio em casa dos seus pais, no Chile, onde passei os primeiros anos da minha infância.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.