Despedimentos colectivos até Setembro estão 50% acima de todo o ano de 2019

Número de trabalhadores despedidos ascende a 5382 nos primeiros nove meses de 2020, o registo mais elevado desde 2014, último ano da troika. Região de Lisboa e Vale do Tejo foi a mais penalizada.

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Despedimentos colectivos aumentam em tempos de pandemia Adriano Miranda

O número de despedimentos colectivos disparou nos primeiros nove meses do ano, totalizando 521, mais 51% do que os 345 registados na totalidade do ano de 2019. Este crescimento tem correspondência no número de trabalhadores abrangidos, que cresceu 49,23%, para 5850, reflectindo o impacto da pandemia de covid-19 na economia nacional.

De acordo com dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), divulgados esta semana, os despedimentos colectivos já finalizados até Setembro, envolveram 5382 trabalhadores e inclui também rescisões iniciadas em 2019 mas só encerradas já este ano. Trata-se do número mais elevado desde 2014, último ano da troika (quando esse número foi de 6216 trabalhadores) e envolveu mais homens (53) que mulheres (47%).

Em termos de número de despedimentos colectivos comunicados, segundo os dados oficiais, são os valores mais elevados desde 2015.

A Região de Lisboa e Vale do Tejo apresenta o maior número de recursos ao mecanismo, com 269 registos, seguida do Norte com 172. E repete-se a mesma incidência em relação aos despedimentos já concretizados, com 64% a concentrarem-se na Região de Lisboa e Vale do Tejo, 25% na Região Norte, 7% na Região Centro e 4% no Algarve.

As microempresas registaram 220 registos, e foram responsáveis por 33% dos despedimentos. As pequenas empresas, com 222 processos, respondem por 50% das saídas de trabalhadores.

As médias empresas apresentaram 62 e as grandes empresas 17 despedimentos colectivos, que envolveram 15% e 2% dos postos de trabalho suprimidos.

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