Um bicho da terra tão pequeno

Há pessoas cuja frequentação nos torna mais pequenos. E há outras que nos fazem “crescer para dentro”, como diria Herberto Helder, um poeta várias vezes referido nas aulas de Teoria da Literatura a que assisti na FLUC. É o caso de Vítor Aguiar e Silva, grande professor, universitário e ensaísta, justíssimo Prémio Camões 2020.

José Oliveira Barata (JOB) recebeu a notícia da atribuição do Prémio Camões a Vítor Aguiar e Silva e sentou-se a escrever um post, pois, como nos confessa, “Tenho a minha ideia sobre tudo isto”. A formulação é pitoresca, já que aquilo que não se vislumbra em tudo o que se segue é justamente uma ideia. Não surpreende, porque se trata, apenas e só, de um ajuste de contas, pelo qual JOB aguardou mais de meio século, período no qual não lhe faltaram ocasiões, pois nesses 50 anos Aguiar e Silva recebeu todas as distinções que um académico da sua área pode receber em Portugal. Entre elas, a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, galardão atribuído pelo Presidente Jorge Sampaio, líder da revolta estudantil de 1962, em 2004.

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