Ataque do Daesh na Universidade de Cabul faz pelo menos 22 mortos
Atiradores espalharam o caos no campus da Universidade de Cabul e entraram em confronto com as forças de segurança.
Um grupo de atiradores invadiu esta segunda-feira as instalações da Universidade de Cabul e matou pelo menos 22 estudantes, ferindo muitos outros. O ataque reivindicado pelo Daesh coincidiu com a organização de uma feira do livro iraniana e estava prevista a presença de vários responsáveis diplomáticos do país.
Os atacantes procuraram atingir todos os estudantes que encontraram e assim que os primeiros tiros foram ouvidos, vários começaram a fugir, alguns até a trepar aos muros que rodeiam o campus. Houve relatos de uma explosão na mesma zona da capital afegã, diz a Al Jazeera.
As forças de segurança dispararam contra os atacantes e bloquearam as instalações da universidade. Os autores do ataque acabaram por ser abatidos, diz a Reuters. Horas depois, o atentado foi reivindicado pelo grupo terrorista Daesh.
As testemunhas relatam um cenário caótico no campus universitário. “Estávamos a estudar dentro das salas de aula quando, de repente, ouvimos uma rajada de tiros dentro da universidade”, descreveu à Al Jazeera Fraidoon Ahmadi, um estudante de 23 anos.
Não é a primeira vez que a Universidade de Cabul é escolhida como alvo de ataques terroristas. No ano passado, oito pessoas morreram depois de uma bomba ter explodido na entrada.
O ataque começou à hora em que se aguardava a chegada de dirigentes governamentais e diplomáticos para a inauguração da feira do livro, disse o porta-voz do Ministério do Ensino Superior, Hamid Obaidi, citado pela AFP. Entre os convidados estavam o embaixador iraniano em Cabul, Bahador Aminian, e o adido cultural, Mojtaba Noroozi, segundo a agência iraniana ISNA.
Os taliban rejeitaram qualquer responsabilidade pelo ataque. Em Outubro, um ataque reivindicado pelo Daesh contra um centro educativo na capital afegã fez 24 mortos.
“As crianças e os jovens afegãos têm de se sentir seguros para ir à escola”, afirmou o representante civil da NATO no Afeganistão, Stefano Pontecorvo, através de um comunicado.
A violência intensificou-se no Afeganistão desde que o Governo e os líderes taliban começaram a reunir-se no Qatar para tentar fechar um acordo de paz que ponha termo a um conflito que se arrasta há quase duas décadas.