Duelo minhoto teve muito Sp. Braga para muito pouco Famalicão

O guarda-redes do Famalicão merecia mais, mas a equipa não fez por isso. No final, tudo fez sentido e o Sp. Braga venceu, chegando ao terceiro lugar do campeonato.

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Galeno e Patrick em duelo no Minho LUSA/HUGO DELGADO

O Sp. Braga foi quem mais quis vencer o duelo minhoto da jornada 6 da I Liga. Na verdade, foi a única equipa que quis vencer. Com sofrimento, mas com naturalidade, a equipa de Carlos Carvalhal venceu o Famalicão, por 1-0, nesta segunda-feira, e subiu ao terceiro lugar do campeonato. Um resultado justo e que peca por escasso, tal foi o domínio visto no Municipal de Braga.

Já os famalicenses, cuja imagem neste jogo foi muito cinzenta, continuam a “via-sacra” das últimas semanas – quarto jogo seguido sem vencer, tendo somado o último triunfo em Setembro.

Vaná quis mais

No Minho, a primeira parte deste duelo regional tornou-se uma autêntica lista – lista de oportunidades de golo. E ambas as equipas confirmaram tendências neste início de temporada.

Sem ser sufocante e até sem ser particularmente criativo, o Sp. Braga fez jus ao estatuto de equipa mais rematadora da I Liga e somou 12 disparos, seis dos quais a resultarem em oportunidades de golo.

Mas também o Famalicão confirmou uma tendência – a de ser a segunda equipa do campeonato que mais tempo passa no seu primeiro terço do campo.

A formação de João Pedro Sousa esteve permanentemente subjugada atrás, algo que indica, geralmente, uma equipa compacta e de sectores bem juntos. Mas isso não se verificou na prática.

A distância entre os médios e a linha defensiva foi quase sempre grande – médios demasiado focados na bola e não na ocupação dos espaços – e permitiu o trabalho entre linhas dos criativos do Sp. Braga, sobretudo Paulinho, Galeno e Gaitán, que tiveram bons momentos.

E só Vaná impediu o festejo adversário. Somou uma mão cheia de defesas, com intervenções aos 16’ (Iuri Medeiros), 25’ (Esgaio), 27’ (Galeno), 27’ (Castro) e 41’ (Musrati).

É verdade que Lameiras ainda fez um bom remate em arco, para defesa de Matheus, mas foi isto – e apenas isto – que o “Fama” teve para mostrar. E também por aí se percebe que ainda só tenha ganho um jogo no campeonato.

Bolas paradas, uma vez mais

A segunda parte teve contornos bastante diferentes. O Famalicão esteve mais predisposto a atacar, conseguindo alguns momentos de permanência no meio-campo ofensivo, mas esteve também mais compacto defensivamente, tapando melhor os espaços.

Aos 66’, numa fase em que o jogo estava mais “morno”, Paulinho foi lançado em profundidade e rasteirado por Riccielli. O árbitro nada assinalou, mas o VAR deu uma ajuda: foi assinalado livre-directo e o central foi expulso, por anular uma clara oportunidade de golo.

E o jogo voltou, com a expulsão, à toada da primeira parte. O Sp. Braga apoderou-se da área adversária e, pouco depois, chegou ao golo. Após um livre, Galeno rematou para defesa de Vaná, mais uma, e Bruno Viana finalizou na recarga. O lance valeu revisão do VAR e do próprio árbitro, por lançar suspeitas de fora-de-jogo, mas o golo contou mesmo.

E não pode dizer-se que tenha sido uma surpresa, quer pelo domínio bracarense quer pela próprio tipo de golo: o Sp. Braga estava perante a equipa que mais golos sofreu de bola parada no campeonato – são já seis dos 12 sofridos pelo Famalicão – e cravou, ainda mais, as dificuldades do adversário neste capítulo.

Até ao final, o Sp. Braga, em superioridade numérica, controlou o jogo com bola e, descontando o nervosismo perante um possível penálti no último minuto, pouco se passou. O guardião do Famalicão merecia mais, mas a equipa não fez por isso. No final, tudo fez sentido.

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