Constituição: virtudes e omissões do livro sagrado da América
Na véspera de uma das eleições mais polarizadas da história dos EUA, a Constituição é um dos poucos elementos de união do país. Texto épico, quase bíblico, nunca foi, no entanto, apontado como perfeito, nem pelos fundadores que o redigiram como garante das liberdades individuais. Muitas estão por conquistar e há quem aponte falhas à Constituição mais curta do mundo e uma das que serviram de modelo às democracias ocidentais. A crise nos EUA é também uma crise da sua Constituição? Ela vai estar mais uma vez à prova no pós-3 de Novembro.
Há uma aura de solenidade quando se atravessam os jardins que vão dar ao Independence Hall, na Baixa de Filadélfia. Tudo é imenso e espaçoso. O extenso relvado que perfaz a alameda larga em forma de L ao longo da qual estão o National Constitutional Center, a campa de Benjamin Franklin, o Museu da Revolução Americana; é uma majestade que quer deixar bem clara a simbologia do lugar: os Estados Unidos da América como nação independente, como democracia, como república nasceram ali, perto da margem direita do rio Dellaware, depois das ruelas estreitas de chão empedrado e casas geminadas de dois pisos, ladeadas por árvores ou canteiros onde não cabe um automóvel. Foram planeadas para caminhantes ou carruagens, como aquela de onde na Primavera de 1787 se apeou John Adams, puxada apenas por um cavalo, e acompanhada por três escravos: Richard, Jesse e Jupiter.
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