Activista pró-independência acusado de secessão em Hong Kong

Tony Chung, de 19 anos, vai aguardar julgamento na prisão. É a segunda acusação ao abrigo da polémica lei de segurança nacional, imposta pela China à sua região administrativa especial.

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Tony Chung foi detido nas imediações do consulado dos EUA em Hong Kong EPA/ALEX HOFFORD

O activista pró-independência de Hong Kong, Tony Chung Hon-lam, foi esta quinta-feira acusado de secessão por um tribunal da região administrativa especial chinesa e ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim.

Tony Chung, de 19 anos, estava detido há dois dias, por polícias à paisana, num café a poucos metros do Consulado dos Estados Unidos em Hong Kong, onde se pensa que tencionava pedir asilo, segundo um comunicado de um grupo designado “Amigos de Hong Kong”, até aqui desconhecido, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

O jovem fundou em 2016 o grupo de estudantes pró-independência “Student Localism”, dissolvido antes da entrada em vigor da lei da segurança nacional, no final de Junho.

Chung, que já tinha sido detido no final de Julho, juntamente com outros três activistas, por suspeita de promoção da independência do antigo território britânico, em publicações nas redes sociais, foi uma das primeiras vítimas da lei da segurança nacional, tendo então sido libertado sob fiança.

O activista é acusado de secessão, lavagem de dinheiro e conspiração para publicar material separatista. É a segunda acusação ao abrigo da nova legislação, depois de um outro activista, Tam Tak-chi, ter sido acusado recentemente por crimes semelhantes, por ter gritado slogans e cânticos independentistas num protesto de rua.

Chung, que esteve sob custódia policial até à comparência em tribunal, na manhã desta quinta-feira, vai ficar detido até ao julgamento, previsto para Janeiro, tendo-lhe sido negado o pedido de fiança.

A lei da segurança nacional imposta pela China a Hong Kong prevê condenações que podem ir até à prisão perpétua para os crimes de subversão, secessão, terrorismo e conspiração com forças estrangeiras. A sua implementação já levou vários activistas pró-democracia e pró-independência a refugiarem-se no Reino Unido, na Austrália e em Taiwan.

Com PÚBLICO